Blog do Ronaldo

terça-feira, abril 28, 2009

Mundo caótico...

Numa de minhas aulas, ontem à noite, falava sobre a visão de Kant a respeito da sociedade. Entre outras coisas, o filósofo alemão retratou que vivemos numa sociedade caótica. Enquanto aplicava os conceitos de Kant aos dias atuais, uma aluna pediu para eu explicar o que significa uma sociedade caótica.

Achei muito interessante o questionamento. Não necessariamente em função da chance de aprofundar os conceitos filosóficos. Mas principalmente por que noto que estamos tão acostumados com as contradições sociais que já não conseguimos notá-las. Perdemos a sensibilidade. Estamos tão concentrados em nossos próprios problemas que não notamos a realidade alheia.

Pense por alguns instantes… O que dizer dessa sociedade onde um pai e uma madrasta são capazes de jogar uma garotinha do sexto andar de um prédio? O que dizer dessa sociedade capaz de aceitar que adolescentes e jovens consumidores de drogas fiquem sem tratamento para dependentes químicos? Como explicar que envolvidos num acidente de trânsito que matou uma garotinha ainda estejam impunes, mesmo a morte tendo sido causada por um racha que disputavam dentro da área urbana?

Dá para entender como não caótica uma sociedade que obriga cidadãos pagadores de seus impostos a contratarem planos de saúde para terem atendimento médico? Ou a colocarem seus filhos numa escola particular, pois o Estado, mantido pelos cidadãos, não consegue dar conta de oferecer um ensino de qualidade?

Nossa sociedade é caótica, porque afasta os cidadãos, é injusta e tornou os sujeitos em indivíduos - no sentido de serem egoístas, pouco comprometidos com o bem comum. Além disso, temos o caos natural provocado pelas mudanças climáticas, geográficas e desrespeito ao nosso corpo, que também tem suas leis naturais. E tudo causado pelos próprios homens em suas relações desastrosas com a economia, meio ambiente e sociedade.

Há chance de tornar esse mundo harmonioso? O filósofo alemão Immanuel Kant parece acreditar nisso. Mas para romper com o caos o cidadão tem de desejar isso. Precisa empregar suas forças, energias e, principalmente, conhecimento para mudar o ambiente em que vive e se relaciona. Há necessidade de superar os interesses individuais, reconhecer o outro como parte nossa, parte de uma mesma estrutura social - no qual todos nós estamos inseridos. Essa sociedade melhor se constrói com valores comuns, éticos e morais.

quinta-feira, abril 23, 2009

Filhos abandonados...

Imagine as cenas...

Domingo. Onze e meia da manhã. Você pega o telefone, liga para uma amiga. Do outro lado da linha, uma criança de oito anos atende. Você pergunta pela mãe da menina. Ela responde que a mãe está trabalhando. “E seu pai, está aí?”. Com voz triste a pequena responde: “não. Ele também está trabalhando”. Em mais alguns minutos você descobre que a menina está sozinha. É domingo e a filha dos seus amigos está sozinha.

As cenas que tentamos reconstruir juntos não são raras. Elas acontecem na casa de amigos meus. Talvez aconteça em alguns lares que você conhece. Ou mesmo em sua casa.

Deixar uma criança sozinha uma vez ou outra não é anormal. Não significa uma agressão emocional a um filho. Mas tenho notado que é cada vez mais comum encontrar crianças que são órfãos de pais vivos. E pior, muitas vezes, estão abandonados pelos pais, mesmo vivendo na mesma casa.

No parágrafo anterior eu usei o termo “agressão emocional”. Eu quero voltar a usá-lo, pois entendo que crianças deixadas em casa, sozinhas, ou até mesmo cuidadas por avós, tias, babás etc etc são, diariamente, são agredidas emocionalmente por seus pais. Qual o vínculo que pode existir entre uma mãe e uma filha que, até no domingo, próximo do horário de almoço, não estão juntas? Como essa criança pode ser feliz se brinca sozinha, se tem decide por si mesma o horário do lanche e nem sabe a que horas a mãe e o pai chegam?

São filhos abandonados. Filhos que crescem, mas que crescem sem saber o que é ter um pai e uma mãe de verdade. Como poderão ser bons pais? Será que vão conseguir?

Tenho um amigo, doutor em Psicologia, que um dia me disse algo que sempre recordo. “Amor de filho, a gente conquista. Não está no DNA”. Esta é uma grande verdade. Nossos filhos não nascem programados para nos amar. Para que exista amor entre pais e filhos é preciso ter relacionamento. Relacionamento de verdade – com tempo, atenção, carinho, dedicação, cuidado, disciplina.

As pessoas têm seus compromissos. A vida moderna exige muito de nós. Não é nada fácil manter uma casa e ainda dar conta de todos os compromissos financeiros. E todos nós temos projetos pessoais, queremos realizá-los. Mas uma coisa é fundamental saber: o que fazemos ou deixamos de fazer por nossas crianças vai determinar a relação que teremos com elas no futuro. Vai definir como será a vida de nossos filhos e a maneira como vão lidar com a vida, com a sociedade.

quinta-feira, abril 16, 2009

Casamento para toda vida...

Uma pesquisa realizada em 35 países revelou que nós, brasileiros, somos o que melhor aceitamos o divórcio. O índice de aprovação chega a 85%. Ou seja, quando o casamento vai mal, o brasileiro entende que o melhor mesmo é separar-se.

Não é isso que pensam os japoneses. Lá, de cada dez pessoas, sete desaprovam o divórcio. A separação também não é bem vista nas Filipinas, Estados Unidos, Nova Zelândia e Suécia.

Caro ouvinte (leitor), entendo o divórcio como aceitável. Ainda no Antigo Testamento, Moisés tratou do assunto. Os casais de Israel tinham o direito de se divorciarem. O próprio filho de Deus, Jesus Cristo, também falou sobre o divórcio. Entretanto, a separação de um casal deve ocorrer em situações muito específicas. Penso que é aceitável apenas para situações insustentáveis, quando não há espaço para a reconstrução do relacionamento. Mas defendo que a separação não deveria ser rotina na sociedade. Ainda entendo que as pessoas deveriam cumprir a promessa do “até que a morte os separe”.

Quando uma sociedade aceita o divórcio como natural, como acontece aqui no Brasil, os casamentos são fragilizados. E, lamentavelmente, muita gente hoje se casa já com o discurso pronto: se não der certo, separa.

Sabe amigo, os divórcios são sintoma de nosso egoísmo; da necessidade de satisfazer os próprios desejos - querer que o outro nos faça feliz. Temos pouca disposição para a doação. Não queremos ceder.

Tem ainda outro problema: as pessoas namoram, mas não se conhecem. Sofrem de “apaixonite” aguda, mas ignoram que um casamento é feito com base numa escolha sensata, racional. E amor não é paixão. Paixão acaba. O amor é construído e alimentado a cada dia.

Em nossos dias, como cristãos, temos o dever de viver o ideal de Deus em nossa vida. Ele quer que os casamentos sejam duradouros. Quem não está disposto a sorrir e também sofrer ao lado de uma única pessoa por toda a vida, certamente encontrará muito mais dificuldades para ser feliz.

terça-feira, abril 14, 2009

Sozinhos, embora próximos

Hoje quero falar da solidão. Um dos maiores desafios de nossa sociedade é vencer a solidão. Nunca estivemos tão próximos. Porém, nunca estivemos tão sós. Não importa onde vivemos, o que somos ou fazemos, estamos sozinhos. Claro; nem todas as pessoas experimentam tal sentimento. Muita gente consegue ter bons amigos. Consegue conviver bem com o outro, tem ótimos relacionamentos e é feliz. Entretanto, o sentimento de solidão está escondido no peito de inúmeras pessoas. Mas poucos admitem.

Uma pesquisa feita no início deste século nos Estados Unidos apontou que 90% dos homens se sentem sozinhos. Mas eles só aceitam falar sobre o assunto quando permanecem no anonimato.

As pessoas não querem reconhecer a solidão na vida delas. Afinal, estão próximas de todo mundo. Quase sempre, têm família, trabalho… Mas não se relacionam de fato.

Existem várias conseqüências nesse mal. As pessoas que vivem ilhadas em seus sentimentos estão mais sujeitas à depressão, a ter problemas de autoestima, encontram dificuldades para demonstrar suas emoções e, para a convivência em grupo, usam uma máscara social. Podem parecer alegres, mas, no coração, o sentimento é outro. Tudo isso resulta em frustração. E é exatamente essa frustração, a ausência do outro para compartilhar os sentimentos que leva a um estado patológico de depressão.

Mas essa solidão tem várias causas. Entre elas, a nossa correria cotidiana. A necessidade que temos de dar conta de tantas coisas nos faz ter relacionamentos superficiais. Geralmente saímos com amigos para nos divertir. Contudo, a convivência com profundidade, confiança, é quase inexistente. O papo com amigos serve para tratar de trabalho, falar da vida alheia, dos programas que fazem sucesso na televisão, mas pouco serve para expressar nossos verdadeiros anseios. Não queremos nos revelar. Numa sociedade competitiva, expor-se é mostrar fragilidade, fraqueza.

A tecnologia também não ajuda. A tecnologia aproxima, mas não garante amizade. As pessoas usam o Orkut, o MSN, o email, o celular… Enfim, fazem uso de inúmeros equipamentos tecnológicos, mas não mostram a verdadeira face. A tecnologia, na verdade, permite a abertura para um mundo virtual, imaginário, ilusório, mas que não dá conta das demandas sentimentais do sujeito no mundo real.

Para a solidão só existe uma resposta: aceitar-se como ser humano, aceitar o outro. Entender que todos nós temos falhas; não existem amigos perfeitos. A solidão cresce em nosso peito na medida que percebemos não ter ninguém em quem podemos confiar. Mas, felizmente, é algo que podemos romper. Dá trabalho, mas é possível. A construção de bons relacionamentos depende quase que exclusivamente de nós mesmos. É preciso dar um primeiro passo de confiança e fé no ser humano. Vale a pena tentar.

terça-feira, abril 07, 2009

Sexualidade precoce...

A revista Isto É desta semana trata dos riscos do sexo precoce. A reportagem faz uma discussão ampla, incluindo os perigos da erotização de crianças e adolescentes na era da internet.

O principal gancho da reportagem é um vídeo erótico com crianças, que foi veiculado na internet. O vídeo provocou um escândalo na pequena cidade gaúcha de Ibirubá. Uma menina de onze anos e um garoto de 14, com ajuda de um coleguinha, produziram um vídeo de sexo explícito. O que era pra ser uma brincadeira, vazou pela internet e causou um estrago nas famílias dos envolvidos.

Com a reportagem, a revista Isto É procurou alertar aos pais e educadores sobre os riscos da sexualidade precoce.

Aqui neste espaço, já discutimos o tema. Entretanto, é sempre válido voltar ao assunto. Os pais, quase sempre, têm uma enorme dificuldade para tratar dos temas envolvendo a sexualidade. Por isso, são surpreendidos quando descobrem que os filhos já têm vida sexual ativa. E ficam ainda mais assustados e desorientados quando aparece uma notícia de gravidez.

Por mais que muitos pais queiram negar, a garotada inicia cada vez mais precocemente a vida sexual. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que, entre os meninos, 47% dos menores de 15 anos já tiveram a primeira experiência. Isto significa quase metade deles. Já o índice de meninas é de 33%.

Isso acontece por várias razões. A mídia é uma delas. Vivemos uma cultura extremamente erotizada. Por conta dos desenhos, filmes, novelas, jogos e revistas para adolescentes, nossos filhos acabam tendo uma visão distorcida do sexo. Isso desperta neles o desejo sexual. E contra a natureza, nem sempre argumentos são eficientes.

A internet também facilita o acesso das crianças a conteúdos proibidos. A reportagem da Isto É cita que essa menor de onze anos aprendeu com filmes pornôs disponíveis na internet o aparece fazendo na seqüência de cenas do vídeo caseiro.

Além disso, há pais que estimulam os filhos à sexualidade. Tem pai que ainda faz uso de ditados baixos como aquele: “prendam suas cabras, pois o meu bode está solto”. Esses homens acham bonito o filho ter fama de namorador, de pegador. Também existem mães que ficam orgulhosas de ver as meninas vestidas e maquiadas como moças, mesmo quando elas ainda têm apenas onze ou doze anos.

Sabe amigo, o contexto social colabora para a sexualidade precoce. E, por parte da sociedade, não é possível esperar mudanças. É utopia acreditar que voltaremos ao mundo da inocência. Entretanto, ainda é possível evitar surpresas desagradáveis. Mas isso depende muito dos pais.

E quando falo do comportamento ativo dos pais, não estou sugerindo um clima de aquartelamento em casa, com proibições absurdas, regras fora de contexto e punições exageradas. Falo da necessidade de confiança, capacidade de dialogar. Mas dialogar não é só fazer discurso, é fundamentalmente ouvir os filhos. E, hoje, os pais precisam estar ligados às novas tecnologias. Monitorar o que os adolescentes fazem na internet, o que falam no MSN, o que publicam no Orkut é necessidade básica. Pais alheios a essas tecnologias certamente ficam de fora da vida dos filhos. Quase sempre são facilmente enrolados pela garotada. E, detalhe, essa ignorância nas tecnologias é muitas vezes a porta de entrada dos filhos para uma vida sexual precoce.

quarta-feira, abril 01, 2009

A cabala em Caras e Bocas...

No post anterior fiz uma breve introdução, uma espécie de alerta, sobre a nova novela das sete. Usei parte do texto para ampliar a discussão na Novo Tempo. O programa vai ao ar nesta quinta-feira, 2 de abril.

Em nosso blog e programa aqui na Novo Tempo temos procurado orientar ouvintes e leitores sobre a importância de ficarmos atentos as mensagens que são colocadas diante de nossos olhos e chegam aos nossos ouvidos. Muita coisa parece inocente, mas tem origem duvidosa. Temos dito que o inimigo de nossas almas tem as melhores estratégias para enganar até mesmo os escolhidos.

Por isso, tenho sugerido a você que pense bem antes de ligar a televisão.

Nestas últimas semanas, a Rede Globo colocou no ar as chamadas de sua próxima novela das sete. Caras e Bocas é o nome da trama.

A novela é de Walcyr Carrasco. O autor é responsável por alguns dos maiores sucessos da emissora nos últimos anos. A direção é de Jorge Fernando, um diretor competente, querido entre os artistas e sempre muito bem-humorado.

Isto tudo faz com que seja grande a expectativa em torno da nova novela da Globo.

Nesta semana, vi pela primeira vez algumas vinhetas de Caras e Bocas. O objetivo delas é chamar a atenção do público, estimular o telespectador a manter a televisão ligada quando a novela estrear. E, posso garantir a você, o enredo parece dinâmico, engraçado e com uma história de amor, daquelas que são capazes de prender o público.

Entretanto, a trama de Caras e Bocas não é inocente - como quase nada na televisão. Na nova novela das sete, a cabala estará em destaque. O autor de Caras e Bocas vai apostar na doutrina mística do judaísmo.

A cabala se tornou bastante popular no mundo, principalmente após ter sido adotada pela cantora Madonna. Trata-se de mais um tema esotérico a ser explorado nas novelas da Globo. Walcyr Carrasco, autor de Caras e Bocas, é um hábil escritor... Um escritor que tem sido um instrumento para divulgação de mensagens de origem questionável. Em 2005, por exemplo, outra novela dele, Alma Gêmea, tinha em seu enredo a reencarnação.

Caro amigo, hoje, aqui na Novo Tempo, não tenho a intenção de fazer um longo discurso para tratar da cabala, ou para condenar essa doutrina esotérica de origem judaica. Não. Não é esta minha intenção. Mas gostaria de sugerir a você que tenha prudência. Escolha o que vai colocar diante de seus olhos. Não permita que sua mente seja dominada pelas estratégias de satanás.

No próximo dia 13, uma segunda-feira, quando a novela for ao ar, não permita que os apelos dessa história sejam mais fortes que suas convicções de tirar de diante de sua vida tudo aquilo que é impuro, e que não abençoa você e sua família.

Quanto a essa doutrina, a cabala, faço uma outra sugestão. Peça ao seu pastor, seu líder religioso que discuta esse assunto com a igreja. Peça a ele que oriente sua comunidade cristã a respeito desse tema aparentemente inocente, puro e agradável. Vivemos tempos em que a mentira parece verdade. É preciso separar as coisas. Em Cristo, não há engano. Quem vive nEle, não pode aceitar a mentira como verdade.