Blog do Ronaldo

segunda-feira, setembro 28, 2009

Os desafios de uma convivência a dois

Recebi esta semana uma ligação. Estranha, preciso reconhecer. Do outro lado, um homem falava sobre um texto que escrevi a respeito dos divórcios, separações. Ele parecia abatido. Tinha lido meu texto e queria falar sobre o assunto. Leu meu texto na internet. Era de São Paulo. Mas não consegui atendê-lo. A ligação no celular estava ruim. Não pude ouvi-lo, conversar sobre suas queixas.

Entretanto, entendi que ele queria que eu falasse mais sobre divórcio. Após desligar, fiquei imaginando… O que homem precisava? Estaria desesperado? Estaria pensando em se separar? Será que seu casamento já acabou? Não tenho as respostas. Mas sei que milhares de famílias estão se desfazendo todos os dias. São homens e mulheres que sonharam ter uma vida feliz, mas encontraram desilusão.

Tenho uma visão conservadora a respeito dos casamentos. Penso de acordo com os princípios bíblicos. Creio que duas pessoas devem se unir por amor e se tornarem um só ser. Por isso, defendo que a decisão de se casar seja um ato racional, responsável, consequente. Afinal, ninguém é obrigado a subir ao altar. Trata-se de uma escolha. E escolhas não se fazem de afogadilho.

Contudo, nem sempre é assim que acontece. Tem gente que namora dez anos. O casamento não dura seis meses. Talvez por que, muitas vezes, toma-se a decisão já imaginando: “se não der certo, separo”. É um direito. A lei permite. Até mesmo Cristo reconheceu o direito ao divórcio. Mas o que me impressiona é a incapacidade de alguns de exercitar a paciência e pôr em prática o amor.

O casamento pode ser qualquer coisa, menos algo fácil. Homem e mulher são diferentes por natureza. Num relacionamento, outras diferenças aparecem. São aquelas originadas na formação de cada um. Coisas simples… Por exemplo, um tem o hábito de tomar café pela manhã; o outro não. Um costuma jantar – arroz, feijão, carne, salada etc. O outro prefere um lanchinho.

Tem aqueles que são organizados. Separam meias, camisas, blusas, cuecas, calcinhas por cor. Os sapatos ficam divididos entre os de uso para o trabalho, para ocasiões informais, para festas… Já o conjugê é daqueles que vê problema em deixar tudo misturado. Esquece a toalha molhada por sobre a cama, bebe água na boca da garrafa…

Sabe, geralmente são as pequenas coisas que destroem um casamento. As pequenas diferenças, com o tempo, tornam-se irreconciliáveis. Chega um ponto que um não tolera o outro. As brigas ficam cada vez mais frequentes e as separações, inevitáveis.

É a solução? Depende. Acontece que na maioria das vezes os problemas que motivaram a separação acompanham os sujeitos. A pessoa sai do casamento, mas leva consigo o egoísmo, a intolerância, a mesquinhez e todos os outros sentimentos que não permitiram o sucesso da convivência a dois.

quinta-feira, setembro 24, 2009

Ricos, pobres, desigualdade

O rico gasta em três dias o que o pobre gasta em um ano. Este é o retrato da desigualdade revelado nas primeiras análises feitas pelo Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, com base nos dados do Pnad, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo IBGE.

Quando vi a notícia, republiquei no Twitter. Acrescentei um breve comentário. Apontei: é revoltante. Não, não fico revoltado com os gastos dos ricos. Reconheço que muitos esbanjam, jogam dinheiro fora. Entretanto, o que leva à indignação é a desigualdade. Enquanto alguns têm muito, outros têm tão pouco. E os que vivem com pouco são a maioria.

Esta semana conversei com um pós-doutor em Economia da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp. Falávamos sobre a diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico. As duas coisas, conceitualmente, são diferentes. Historicamente, o Brasil é uma máquina de crescimento. Entretanto, segue patinando quando o assunto é desenvolvimento.

O crescimento implica na geração de riquezas. O tamanho do PIB, o Produto Interno Bruto. Mas, quando não disciplinado, planejado, não beneficia a todos.

Já desenvolvimento é algo mais complexo, amplo. Estamos falando do crescimento de riquezas que resulta na promoção humana, que dá garantia mínima de acesso de um povo aos bens e serviços gerados por uma nação. E isto efetivamente não ocorre no país.

Entre 1930 e 1980, o Brasil foi um dos campeões mundiais em crescimento econômico. Superamos até mesmo o Japão, uma das mais importantes economias do mundo. Mas quanto avançamos na distribuição de nossas riquezas?

Boa parte da população não tem trabalho digno. Não tem renda suficiente para atender as necessidades básicas do homem – alimento, moradia, saúde, educação. Aqui não relacionamos sequer o direito ao lazer, fundamental para que a vida não se torne um fardo.

O governo federal argumenta que gasta bilhões em políticas públicas de promoção humana. O Bolsa Família é uma dessas alternativas. É preciso reconhecer, as pessoas atendidas ao menos conseguem ter alimento na mesa. E há, teoricamente, a contrapartida da educação. Mas é suficiente? Não. Chega ser uma agressão ao ser humano acreditar que o Estado cumpre seu dever ao oferecer, em média, 50 dólares/mês às famílias em situação de risco.

O dever do Estado é reduzir a distância entre ricos e pobres. Isto não se faz acabando com os ricos, como se tentou fazer no passado nos chamados países comunistas. Faz-se como resultado de políticas públicas que garantam condições iguais a ricos e pobres, e de intervenção direta em questões fundamentais como, por exemplo, o acesso à moradia. A contradição chega ser intrigante. Quem pode pagar, tem casa; quem não pode, depende do aluguel – ou vive de favor ou ainda nas favelas.

E os tributos? Um estudo recente revelou: o pobre é quem, proporcionalmente, paga mais impostos. E a educação? Os menos favorecidos dependem da educação pública, que, lamentavelmente, tem pouca qualidade. Na saúde? Vai para o SUS. Quando precisa de tratamento especializado, fica meses até anos na fila de espera.

Superar tamanha desigualdade deve ser vista como prioridade. Não apenas pelo governo. Deveríamos nos sentir responsáveis. As consequências afetam a nação. E o maior exemplo é a escalada da violência.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Qual é o papel dos maridos?

Vez ou outra a gente esbarra naqueles assuntos que parecem não render. Mas ainda se gasta tempo para encontrar uma resposta satisfatória. Identificar, por exemplo, o perfil ideal de marido é tarefa das mais difíceis. Até porque essas revistas femininas que falam de nós apresentam uma visão estereotipada do par perfeito.

Essas reportagens mostram um objeto a ser consumido (não muito diferente daquelas que nos apresentam as mulheres ideais). Não um homem concreto, para ser companheiro, pais dos filhos, para se viver por toda uma vida. Esse parceiro real tem contradições, falhas e nem sempre atende todas expectativas. Afinal, é ser humano. E ser humano é ser falho.

Homens e mulheres são assim. Quem espera o par perfeito apenas vê a vida passar. Nunca vai encontrar o príncipe encantado. Homens e mulheres de verdade têm oscilações de humor, má vontade, ficam doentes, sentem ciúmes, irritam-se, brigam, perdem a hora, batem o carro, ficam desempregados, perdem dinheiro, reprovam em concurso público, são egoístas, tímidos, falam demais… Enfim, seres humanos têm defeitos. Também estão cheio de virtudes. Basta ter disposição para identificá-las.

Entretanto, na relação homem-mulher às vezes fico observando a incapacidade de alguns deles de serem maridos. Fico imaginando se não deveriam passar por um cursinho preparatório. Confesso que tenho dó delas.

Não quero dizer que sou uma autoridade no assunto. Minha mulher, às vezes, também reclama de mim. Mas, como não há manual de marido perfeito, sinto-me no direito de dar meus pitáculos.

Observo algumas relações e vejo o quanto são exigidas nas obrigações familiares. Posso assegurar que tem alguns homens que merecem pena. São explorados por suas mulheres. No entanto, o inverso também é verdadeiro.

Tem marido incapaz de cuidar de um filho enquanto a esposa está fora. Conheço um que deixa a filha sozinha durante boa parte dos domingos enquanto ele joga futebol e faz churrasco com os amigos. A mulher trabalha, o marido vai se divertir e a criança fica em casa.

Sei de outro que nunca está com a esposa. A mulher carrega os filhos para todos os lados. Leva para a escola, busca, depois fica com as crianças na empresa durante toda a tarde. E ele? O marido dorme até perto das oito horas, vai trabalhar e prefere almoçar com a mãe dele a estar com a família. Só aparece à noite, quando os pequenos já estão dormindo.

Lembro de um marido que sempre está cansado. Nunca vi nada igual. Ele não tem tempo. O tempo dele é para o trabalho e para ficar de papo pro ar diante da TV. A mulher trabalha o dia inteiro, às vezes, no fim de semana. Mas o camarada é que está cansado. Ele chega antes dela em casa. Contudo, não pode ir ao supermercado fazer compras. Não busca uma encomenda pra ela. Ele usa o carro. Ela depende do transporte coletivo – e de favores dos amigos.

Talvez alguém diga: por que essas mulheres toleram esses homens? Não sei. Sei apenas que uma relação é feita de concessões e gentilezas. A paciência é um exercício diário. Entretanto, tem homens que parecem não ter se dado conta de suas responsabilidades. Casamento é sexo? Também. É necessário, fundamental na relação. Mas ser marido é cooperar, colaborar – inclusive nos afazeres domésticos. Quem pensa diferente não deveria se casar.

terça-feira, setembro 15, 2009

Sensações que experimentei na igreja

O texto abaixo não é meu. Mas é daqueles que nos prendem e fazem pensar. Sinto dia e noite a sensação de que falta muito para ser aceito na presença de Deus. Por isso, é bom observar - ainda que a distância - a experiência do outro, as frustrações, as mesmas decepções, dúvidas e tentativas de acerto.

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Não posso ser totalmente ingrato ao meu passado dentro da "i"greja. Tanto quanto não posso ser ingrato com meus namoricos de adolescente. Me ocorre agora uma lembrança, ou melhor lembro-me de sensações que já não sinto mais. Sensações boas, perigosas e efêmeras...

Minha vida dentro das enfeitadas construções sagradas me trouxe muita bagagem da qual me orgulho. Embora possa questionar a estrada que peguei, e aceder que existia uma melhor trilha, não mudaria o meu caminho em detrimento de onde estou. Não posso dizer que não gostaria de não ter experimentado tudo o que vivi. Não, seria hipocrisia minha...

Lembro da sensação de viver uma dicotomia. De achar que vivia o Céu no fim de semana e voltava ao mundo de Segunda à Sexta - Sábado era o esperado culto de jovens. Aquilo para mim era o Reino, era a Igreja, era a Noiva, era Deus conosco... como na música que canta o Pe. Marcelo, não sabia se a igreja subiu ou se o Céu desceu... Era a minha sensação, minha experimentação espiritual mais pungente. Provavelmente aqueles cultos repletos de contrição coletiva, choramingos, berros extravagantes e línguas era fruto do louvor que estava "fluindo". E isso pra mim era deveras espiritual...

Eu ficava ali, na bateria, apenas observando, enquanto tocava (ou como dizia, ministrava), a igreja ceder aos nossos artífices de conduzir a massa em adoração... todos com os olhos fechados, faces enrugadas e espremidas, todos provocados pelo clima de "intimidade" com Deus. Às vezes, eu nem estava em êxtase, mas, fingia só para "induzir" a congregação. Os que não entravam no "mover", tínhamos por menos espirituais, ou no mínimo haviam cometido algum pecado durante a semana. É claro que, muitas vezes, eu próprio havia pecado durante toda a semana, mas, no Sábado eu me arrependia e orava para que Jesus me lavasse com o Seu sangue e me purificasse de todo pecado. Realmente o que fazia me confessar era a noção de "Presença" de Deus no fim de semana. Uma sensação que não experimentava durante o meio da semana e que me permitia procrastinar e pecar, confiante que Deus me perdoaria poucos minutos antes de "ministrar" louvor em "Sua Casa"...

Para mim, culto com "Presença" de Deus era culto com muito louvor, muita adoração extravagante e uma pregação tocante e, preferivelmente, com bastante eloquência e domínio das emoções dos espectadores... E, claro, se o louvor se estendesse naturalmente em resposta da congregação, ultrapassando o horário da pregação, isso era sinal de que o povo estava sedento de Deus! E se o pastor fizesse cara feia porque o louvor estendera-se era porque estava resistindo à direção do Espírito...

Aquele finalzinho de ministração de louvor, com aquela música Enche este lugar, e toda a igreja prostrada e declarando seu amor a Deus, chorando, gemendo, gritando... e a música ia se esvaindo devagar (sabíamos como criar um clima), iam sobrando apenas os sniff, sniff... Era uma sensação tão boa! Na verdade não desejava que aquilo acabasse ali, salvo quando estava atormentado pela culpa de algum pecado que me impedia de entrar naquele "mover" e, eu esperava que aquele lenga, lenga moroso terminasse o quanto antes!

É desta sensação de que me recordo agora... de forma nostálgica até! Sensação de Céu, de lá-fora-está-tudo-bem-obrigado, de não-me-preocupo-com-nada-porque-estou-"adorando"! E que me fazia desgostar tanto de ter que deixar aquele prédio sagrado para tornar à minha casa com minha mãe "descrente" e minhas irmãs "desviadas" e todo o "inferno" que vivia lá dentro. Claro, se minha referência de Céu era o culto, para mim o inferno era em casa: responsabilidade, relacionamento para cuidar, diálogo para administrar, tarefas para cumprir, problemas para superar, gente para amar, gente para odiar, gente para perdoar, falta de dinheiro para se preocupar... vida para viver! E sem abundância por sinal! Minha vontade era ficar recluso dentro da "i"greja, eu até tinha as chaves do templo! De maneira que para não ficar em casa, ficava lá dentro, ouvindo música, adorando, orando... FUGINDO!

Toda essa experiência religiosa era tão gostosa quanto ficar com as meninas(geralmente esse era o pecado de que devia me arrepender no fim de semana)! Aqueles beijos sem compromisso que elevavam a adrenalina (geralmente tinham que ser escondidos), que me causavam momentos de prazer, de satisfação efêmera... e que me fazia ir atrás de mais meninas pra ficar! Eu era dependente daquilo tudo... porque era como um ópio para mim! Uma válvula de escape, tal como beijar descompromissadamente (e, como não podia passar disso até o casamento, também descarregava de outra forma, o que também era um pecado frequente nas confissões antes de "ministrar"), tal como usar uma droga para fugir dos meus problemas, era assim que me viciava na "i"greja!

Mas, como disse, não posso ser ingrato nem com os beijos, frutos de imaturidade, nem com a experimentação religiosa e relacionamento com Deus de outrora, frutos de ingenuidade! Foram experiências que me trouxeram aprendizado e sensações arrebatadoras... mas, que não posso mais desfrutar porque cresci... e aprendi que não posso fugir da vida e achar que estarei seguro no interior de um templo, no ócio de um culto ou no ativismo de um ministério!

Agora sei que a Presença de Deus se faz em mim em todo o tempo, e essa noção de Deus Comigo, me ajuda a distanciar o pecado com maior eficiência e autenticidade. Não fujo mais da vida... mas, recebo a proposta de Cristo que veio para que eu tenha vida - viva- em abundância. Isso significa não ceder aos caprichos, problemas e relacionamentos que ela traz e não fugir como um covarde que não tem em quem confiar seu destino. Cristo é comigo, a quem (que) temerei?

Enxergo agora que se o Reino de Deus se resume aos mimos que experimentamos num culto, o mundo estaria sem esperança! Sei que o Reino já se estabelece nas nossas vidas à partir do momento que acedemos que Cristo reine em nós, tornando-nos Sua moradia! E implantando o Seu Reino aqui na Terra para que, quando Ele regresse, seja como no Céu!

Hoje, não preciso experimentar beijinhos (ou amassos) escondidos com cada gatinha diferente por aí, tenho com quem me RELACIONAR em compromisso, confiança e fidelidade. Hoje não preciso me entorpecer num ambiente sagrado achando que estou me relacionando com Deus... e esperar uma semana para experimentar outra vez a mesma sensação! Não preciso de lugar, hora, dia, ou programação com gente para me RELACIONAR com Deus!

Nem só de sensações boas viverá o homem...

Fonte: Pavablog

quinta-feira, setembro 10, 2009

Os riscos da intimidade na rede - II

Abaixo, o texto que vai ao ar no próximo programa.

Dia desses falei aqui sobre os riscos da divulgação de nossa intimidade na internet. O assunto é mesmo sério, complexo. Afinal, ninguém está isento de se tornar vítima na rede mundial de computadores. Dependendo da situação, há risco inclusive de desmoralização. Não há privacidade. Famosos e não famosos, gente importante ou anônima podem ter suas histórias exploradas na rede.

Tempos atrás uma mulher fez uma fotografia da família. Nada demais. Apenas uma bela imagem. Ela colocou numa das redes sociais. A imagem estava aberta. Qualquer pessoa podia vê-la. Meses depois, essa senhora fez uma viagem. Foi até outro país. Enquanto fazia compras num supermercado foi surpreendida… Encontrou a foto da família dela no anúncio de um produto.

Felizmente, foi algo sem grandes consequências. Embora o uso da foto, sem autorização, seja passível de uma discussão judicial – com direito à indenização -, essa mulher não sofreu perdas. A família não sofreu uma exposição vergonhosa.

Mas nem todos os desfechos são semelhantes. Talvez você até conheça história de famosos brasileiros que já tiveram suas fotos usadas, criminosamente, em materiais de divulgação de pornografia. Luma de Oliveira foi uma das vítimas. Juliana Paes, também. A atriz global chegou a estampar a capa de um filme pornô.

Na verdade, as diferentes ferramentas tecnológicas acabaram com a privacidade. Alguém que esteja passeando na praia pode ter sua foto, um vídeo seu, divulgado na internet. Isto, sem que a pessoa saiba. Que o diga Daniela Cicarelli… A modelo e apresentadora foi pega numa situação constrangedora, íntima. A gente pode até argumentar: isso não é o tipo de coisa que se faz numa praia. Mas mesmo quem não está fazendo absolutamente nada semelhante a Cicarelli pode ser vítima da rede.

Por exemplo, tem gente que não se sente confortável diante das câmeras. Acha que está gordo, não gosta do nariz, tem vergonha da careca… Enfim, um amigo, colega ou conhecido pode fotografá-lo e expor sua imagem nas redes sociais. A performance num salão de festas e até na igreja, muitas vezes, é alvo das câmeras digitais. Em pouco tempo o vídeo estará no Youtube. Para o bem ou para o mal.

A desastrosa apresentação da Vanusa ao cantar o Hino Nacional é uma prova concreta de que não há limites na internet. Tivesse acontecido anos atrás, o máximo que teria ocorrido à cantora seriam algumas notas nos jornais locais, um ou outro comentário. Passado algum tempo, a própria Vanusa poderia citar o fato como uma de suas maiores gafes nesses programas com famosos. Ficaria nisso. Entretanto, a cantora virou alvo de chacota. Tudo porque a rede não conhece limites.

Por isso, o mais recomendado ainda é: não faça nada que possa lhe trazer constrangimento ou vergonha. É difícil alegar inocência. Estamos sendo vigiados. Há câmeras por todos os lados. Não devemos ficar paranóicos, mas é preciso reconhecer que, hoje, não apenas nossas “quedas” ou “trombadas” têm chance de ficar “famosas” nas Vídeo Cassetadas do Faustão.

terça-feira, setembro 08, 2009

Os riscos da intimidade na rede

Uma professora foi demitida após ter um vídeo que a mostra dançando divulgado no Youtube. Uma bela atriz global foi à delegacia registrar queixa contra o ex-marido por causa do sumiço de uma máquina fotográfica. Nela estavam fotos íntimas. Dois rapazes conversam animadamente no Twitter, ignorando os demais seguidores, mas ali deixando marcas de um relacionamento homossexual.

Os três casos têm semelhanças, embora cada um deles esteja numa fase diferente. Em comum, o fato de não terem cuidado com as novas ferramentas tecnológicas.

Vamos entender… A professora mencionada tem apenas 28 anos. É jovem, bonitona, solteira. Até dias atrás dava aulas para crianças de cinco anos numa escola particular de Salvador, Bahia. Em junho passado, foi ao show de pagode da banda O Troco. Não tinha idéia que uma diversão momentânea causaria tanto sofrimento.

O hit do grupo é a música “Todo Enfiado”. Em cada apresentação, o cantor convida pessoas da platéia para fazerem, no palco, a coreografia. A dança é provocativa e, num trecho, o vocalista puxa o vestido da candidata e segura sua calcinha reforçando a frase de efeito da música. Quem sobe ao palco conhece cada movimento da dança sexual. E lá estava a professora. Só não imaginava que pudesse se transformar numa “celebridade” do Youtube (várias pessoas gravaram sua performance e colocaram o vídeo na internet).

A divulgação levou vizinhos, gente do bairro e pais de alunos a conhecerem o lado noturno da educadora. Além de ser hostilizada, obrigada a mudar de endereço, foi demitida. A escola alega que a jovem era boa funcionária, mas precisava preservá-la.

A instituição fez a coisa certa? Não sei. Ninguém tem direito de invadir a privacidade alheia. Nela, cada um faz o que desejar. Por outro lado, o que era privado tornou-se público e as crianças precisam ter no educador um modelo.

Mas, de uma coisa sei: a professora está arrependida. Não imaginava estar sendo filmada. Não faria de novo. Entretanto, agora é tarde. A dança dela está lá pra quem quiser ver. E já viram mais de 100 mil pessoas. A vida dessa jovem mudou de rumo por ter se exposto por apenas três ou quatro minutos.

E a atriz? Esta ainda não foi envergonhada publicamente. Contudo, teme experimentar o drama conhecido pela professora. Por isso, quer a máquina fotográfica de volta. A preocupação não é com o equipamento; são com as fotos sensuais que ali estão arquivadas.

Já os rapazes não pensam nisso. Talvez não se deram conta que a vida, a intimidade deles é observada por algumas dezenas de seguidores do Twitter e por quem quiser dar uma olhadela no microblog. São marcas que às vezes permitem tratamento preconceituoso ou mesmo a perda de oportunidades de trabalho. Não por causa da homossexualidade, mas pela incapacidade de se preservarem.

Na verdade, nas três situações temos um quadro típico da atualidade. As ferramentas tecnológicas são encantadoras, fascinantes e nos abrem inúmeras possibilidades. Os equipamentos digitais fotografam, filmam e tem tantas outras funções que, por um instante, pode parecer inocente se deixar expor diante das lentes.

Com os blogs, Orkut, Twitter, Facebook, Youtube etc temos ferramentas que democratizaram o processo de comunicação. Todo mundo pode produzir conteúdo. Desconhecidos se transformam em celebridades. No entanto, a diversão às vezes custa caro. É impossível dimensionar as consequências da divulgação na rede de algo íntimo, privado. Por isso, um pouco de cautela, pudor, bom-senso, racionalidade ainda é o melhor que se tem a fazer.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Um olá, uma música...

Estou fechando a conta da semana...
Vou aproveitar o fim de semana para ver meus pais, sogros, a família.
São eles as coisas mais preciosas para mim.

Fico impressionado com os hábitos contemporâneos.
Assustado em ver que muita gente já não preza a família.
Tem gente que consegue ficar meses, anos, sem ver os pais.
Outros acham casamento algo descartável.
Particularmente, não consigo me ver sem essa referência.
É meu chão, minha razão de viver.

Bem, mas hoje não é dia de produzir uma reflexão sobre o assunto.
Já falo com frequência sobre este tema por aqui.

Nesta sexta, quero apenas deixar uma música pra você ouvir.
É do Kleber Lucas. Um dos meus cantores preferidos.
E a canção me encanta... Sugiro, inclusive, o DVD do Kleber.
Comunhão, é o que tem essa música.

Bom fim de semana a todos!

quinta-feira, setembro 03, 2009

O blog da Novo Tempo de Maringá

Estou apaixonado pelo blog da Novo Tempo de Maringá.
Coisas de Bia... A locutora da emissora.
Ela é criatividade, inovadora e, por sua iniciativa, a NT criou um blog.
E está o maior sucesso.
Diariamente, dezenos de leitores passam pela página.
Muita agente aproveita para fazer download dos programas.
Legal mesmo!

Gosto dos blogs.
Não apenas porque estou postando há quatro anos...
Mas pelo que representam essas páginas.
Sinceramente, é muito melhor que manter um site.

Portanto, parabéns à Bia e a Novo Tempo.

terça-feira, setembro 01, 2009

As oportunidades nossas de cada dia

Elas estão ali... Bem próximas, diante de nós, basta agarrá-las. Se as abraçarmos, sonhos podem se realizar, toda uma vida pode ser completamente diferente. Elas são as oportunidades. Não as encontramos todos os dias. Em algumas fases, são mais frequentes. Noutras, quase ausentes. Mas desfilam para todos. O que faz de uns mais “sortudos” e de outros, “azarados”, é a capacidade de vê-las e alcançá-las.

O que me impressiona é a ausência de percepção de que as oportunidades existem. Infelizmente, vamos perder algumas delas. Não tem jeito. Por medo, timidez, ansiedade, precipitação, miopia etc, certas chances que a vida nos oferece simplesmente ficarão no reino do “e se”. E se eu tivesse pedido aquela moça em namoro? E se eu tivesse aceitado aquele emprego? E se eu tivesse falado com o fulano? O “e se” não existe. É só uma hipótese para especularmos diante de algo que não volta mais.

Lembro de um amigo que gostava muito de uma garota durante o período escolar. Era apaixonado por ela. Via na jovem tudo que gostaria de encontrar numa mulher. Sentia ciúmes dos relacionamentos que ela mantinha. Observou e até a confortou nas vezes que terminou namoros. Sabia que podia ser o cara que a garota procurava. Mas a convivência e amizade o impediram de dar o passo decisivo. Ele nunca perguntou: “você quer namorar comigo?”. Vale dizer que essa pergunta, hoje, caiu em desuso, mas, na época, era fundamental para começar um relacionamento.

No dia em que se casou, a garota estava lá. Não como noiva, mas no papel de madrinha. Nunca soube se ela aceitaria ficar com ele. Perdeu a chance de ser feliz? Talvez não. A vida quem sabe tenha sido generosa dando-lhe uma outra companheira. Mas a pergunta ficou: “como seria se tivesse tido coragem de vencer o medo e a pedisse em namoro?”. Teria dado certo? Ou seria trágico? Nunca saberá.

Entretanto, não se perdem oportunidades apenas nos relacionamentos. Na vida profissional sobram exemplos de pessoas que poderiam ter conquistado sucesso, mas esbarraram numa certa inocência ou na pouca crença de que são capazes. Às vezes a chance está lá, mas a pessoa não acredita. Tem ocasiões que falta tão pouco - quem sabe algumas horas de dedicação a mais, um pouco de comprometimento, demonstração de vontade, disciplina, rigor com horários, ousadia, criatividade. No entanto, a pessoa não consegue ver que o momento decisivo está diante dela.

Isto acontece muito com nossos jovens. É natural. A adolescência, a juventude são feitas de erros e acertos. São os erros que contribuem para a construção do indivíduo. São os erros que nos capacitam a ter melhores critérios de julgamento, mais experiência. Certamente, decisões que tomo hoje poderão causar arrependimento amanhã. E, se fossem tomadas amanhã, a escolha poderia ser outra.

Ainda assim, entendo que há um caminho de sabedoria. Quando se trilha por ele, é mais fácil descobrir e se apropriar das oportunidades que a vida oferece. Mas a sabedoria é algo que se conquista por meio do estudo, da observação, da capacidade de ouvir, de buscar conselhos, da escolha de boas amizades, do respeito e atenção aos mais velhos.