Blog do Ronaldo

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Qual é o plano?

Planejar faz bem. É necessário. Todos precisamos de planejamentos. De
alguma forma, nossa rotina é resultado de um planejamento. Simples ou
mais elaborado, ter um plano de ação é fundamental.

Mas... e a vida? Planejamos a vida? Qual é o seu plano? Qual é o meu
plano pra vida? Eu diria que o melhor plano é desejar viver. Planos
são necessários. Do contrário, a vida perde o sentido. Entretanto,
nossos planos não podem ser mais importantes que nosso desejo diário
de celebrar a vida.

Não se trata de fazer da música de Zeca Pagodinho, Deixe a vida me
levar, uma filosofia de vida. Não. Não é esta a proposta. Mas é
preciso viver mais. Celebrar mais. Alegrar-se mais. E celebrar a vida,
por vezes, é se esvaziar das preocupações. Nossos medos, inseguranças,
nossos fantasmas assustam. Podem nos colocar pra correr. Ainda assim,
não devem nos fazer perder de vista o cenário dessa corrida.

O que temos a nossa volta? Quem são as pessoas pelas quais passamos?
Em busca de nossos planos, não devemos ignorar cada momento que
vivemos. Devemos olhar para o futuro, e sonhar com ele, mas o presente
é o que temos. Então, viver o presente será sempre nosso melhor
projeto de vida.


quarta-feira, janeiro 12, 2011

Mulher, me traz os chinelos?

Dizem que o homem pós-moderno está em crise. Não sabe bem seu papel.
Eu concordo. Mas uma coisa está clara: quando casado, este homem tem
que saber dividir as tarefas – inclusive, domésticas.

Pensava nisto nesse fim de semana. Meio sem querer, observei o
comportamento de um casal recém-casado. Eles não têm nem um mês de
casados. Notava algo que já vi outras tantas vezes... Enquanto ela
arrumava a casa, ele estava esparramado no sofá, vendo televisão.

Vi a cena e, cá com meus botões, pensei: até quando ela vai tolerar?

Maridos que ainda acham natural irem pro sofá enquanto as mulheres
trabalham são fortes candidatos a terem problemas no casamento.
Inclusive na cama. Afinal, a libido delas é afetada por todo o
contexto. E pouca coisa irrita mais uma mulher que sentir-se
“abandonada” – ou explorada – pelo marido folgado.

E se o maridão segue em sua tranqüilidade... e a mulher acha natural
tê-lo com os pés sobre o sofá enquanto ela trabalha, é porque ela
nasceu com vocação pra “Amélia”. Ou provavelmente é fruto de uma
educação do século passado. Neste caso, diria até que ele pode
arriscar a pedir:

- Mulher, me traz os chinelos?

terça-feira, janeiro 11, 2011

O doce sabor da rotina

Gosto de rotina. Preciso dela. Sem ela, fico atrapalhado e não dou
conta das minhas inúmeras atividades. Ontem, foi meu primeiro dia de
férias. Fiz uma série de coisas. Mas o ritmo de férias me fez chegar
ao final do dia com a sensação de que esses dias de folga não serão
suficientes pra dar conta daquela lista de tarefas que a gente passa o
ano inteiro elaborando e dizendo: “nas férias, vou fazer isso”.

Cheguei à conclusão que o grande problema é mesmo a ausência de uma
rotina. A rotina organiza o dia. Você sabe a hora que acorda, o
horário que terá de chegar ao trabalho, quando vai almoçar, jantar etc
etc. Isso te obriga a dividir melhor as atividades pra dar conta
delas. Nas férias, tudo muda. O relógio não é respeitado e as coisas
que a gente precisa fazer não estão listadas em “obrigações” com dias
e horários para serem executadas. Isso faz com que tempo seja perdido
e metade daquilo que havia sido planejado acaba por ficar sem fazer.

Mas… é férias, né? E se mesmo nessa época formos nos obrigar a cumprir
uma agenda, deixa de ser férias. E aí ninguém descansa, nem aproveita
o direito de não fazer nada.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Ronaldinho e nossa dificuldade para tomar decisões

Passamos a semana vendo a “novela Ronaldinho”. Enquanto Passione tem
data marcada pra terminar, a trama envolvendo o craque brasileiro não
tem previsão de final. Pode ser hoje, amanhã ou... Vai saber?

Claro, o jogador tem direito de pensar bastante antes de tomar uma
decisão. No entanto, a falta de uma definição me faz refletir nas
tantas coisas que também vamos arrastando. Ronaldinho parece disposto
a mudar de clube. Não sabe pra onde vai, mas não quer ficar onde está.
E nós? Quantos de nós temos pendências? Quantos de nós colocamos a
vida em “stand-by”?

Não é fácil tomar uma decisão. Afinal, decidir implica mudar. E quando
mudamos não sabemos o que nós espera. O novo sempre traz aquele
“friozinho na barriga”. Pode dar certo ou ser um desastre total.

É cômodo ficar onde estamos. Já conhecemos a rotina; dá até para
imaginar como será o amanhã. Por isso, não raramente vamos tocando a
vida e evitando decidir. Acontece que tal atitude já é uma espécie de
decisão. A diferença é que, ao não definir de maneira prática e
objetiva, carregamos nossos dilemas por mais tempo e nos
sobrecarregamos de dúvidas, aumentando nosso sofrimento e angústia.


quinta-feira, janeiro 06, 2011

Professora faz sexo com menor. É crime?

Somos únicos; como são únicas nossas ações - por mais que pareçam semelhantes

É crime. Está na lei. Maior de idade manter relacionamento sexual com um menor é crime. Ponto. Será mesmo? Simples assim? Não discordo da lei. Mas não me parece tão simples. Vejamos o caso de uma professora de dança... Ela tem 27 anos; ele, 16. Eles se envolveram. Ela foi presa e perdeu o emprego. Não conhecemos a história, mas dá pra concluir que ela é criminosa? Uma sedutora de menores? Afinal, um garoto de 16 anos pode ser considerado inocente em nossos dias?

Não tenho respostas pra todas essas perguntas. Entretanto, penso que entre o que é legal e o que é correto existe uma distância. Esta distância se torna ainda maior quando se tratam de coisas do coração. É sempre fácil taxar as pessoas. Dizer “ela não presta”, “é uma criminosa”, ou “é uma vagabunda” – ou noutros tantos casos em que classificamos os atos de alguém dentro de rol de adjetivos que usamos para situações aparentemente semelhantes. Acontece que a vida não é simples assim. Gente não é produto, feito em larga escala em que rótulos podem identificá-las.

BBB 11 e o fim dos sonhos

Na próxima semana começa o BBB 11. Não condeno quem gosta. Até disse dias atrás que todos precisamos de uma dose diária de bobagens. E o Big Brother representa um pouco dessas “bobagens” que consumimos.

O problema é que, neste caso, é uma overdose. E por um período de quase quatro meses. Não dá nem pra dizer que se trata de um lixo cultural. É a reprodução do vazio mental da sociedade contemporânea. Diverte, mas pouco acrescenta. E o “pouco” aqui é muito mais em função daqueles que estabelecem um olhar para as relações humanas a fim de refletir criticamente e aprender com o que vêem.

No entanto, o que mais me incomoda na estreia do BBB é ter a sensação de “mais do mesmo”. É como se o ano anterior estivesse se repetindo. Passou o Natal, o reveillon, a primeira semana de janeiro e lá vem o Big Brother acenando que nossa rotina é essa mesmo: um dia após o outro e que as mudanças sonhadas no fim de 2010 se silenciam quando a realidade se impõe.

quarta-feira, janeiro 05, 2011

O pão nosso de cada dia

Procuro ter hábitos minimamente saudáveis. É verdade que não sou vegetariano, nem evito refrigerantes, frituras e outras coisinhas mais condenadas por nutricionistas e principalmente pelos “naturebas” de plantão. Ainda assim, tento ter bom senso e manter uma dieta equilibrada – tipicamente brasileira com arroz, feijão, saladas etc etc. Também quase não bebo durante a alimentação, frequento pouco fast-foods e por aí vai…

Bem, mas essa introdução quase desnecessária é pra compartilhar algo que me ocorreu há pouco. No ataque que fiz à geladeira minutos atrás, peguei um copo de iogurte. Enquanto bebia tranquilamente, absorto em meus pensamentos, me peguei olhando os valores nutricionais do produto (afinal, de tanto os nutricionistas falarem disso, a gente acaba caindo na besteira de olhar as embalagens). No final daquela tabela feita pra especialista entender, tinha uma frase mais ou menos assim: contém aromatizante sintético semelhante ao sabor original de ameixa. E o cidadão aqui “de boa” tomando o seu iogurte achando que tem algo saudável nas mãos…

Impossível não lembrar de um papo que tive com um engenheiro de alimentos. Quando falávamos dos alimentos que fazem parte de nossa “mesa”, ele foi taxativo: – “Quer comer algo saudável? Faça em casa. De preferência, com alimentos que saiba quem produziu e como produziu”.

Difícil, hein? Se essa química toda embutida no que comemos realmente nos trouxer doenças, nosso futuro será desastroso.

terça-feira, janeiro 04, 2011

Preferimos "exportar" nosso lixo

Lendo a notícia “Mais de 150 cidades paulistas ‘exportam’ lixo para aterros em outros municípios” pensei um pouco na maneira como lidamos com o nosso “lixo”. E quando falo em lixo aqui, não falo daquele que produzimos diariamente, fruto de nosso consumo. Falo das coisas negativas, dos erros, falhas que por vezes também tentamos exportar para os outros.

Mandar lixo para outras cidades, como solução para a destinação adequada dos resíduos, pode até não ser a política desejada por muitos munícipes. Entretanto, parece-me uma saída inteligente para se evitar a construção de inúmeros aterros sanitários etc. É uma resposta conjunta para um problema comum: o lixo que todos produzem.

No entanto, o que dizer do nosso “lixo”? Por que sempre parece mais fácil transferir para o outro aquilo que é nosso, responsabilidade nossa? Lamentavelmente, fazemos isso. Ninguém gosta de assumir “fui eu”, “eu errei”. A gente falha, mas a culpa é do vizinho, do colega, amigo, esposa etc etc. Sempre tem alguém pra gente “exportar” o erro que é nosso. Se atrasamos para um compromisso, foi o trânsito; se pagamos caro, foi o vendedor que nos enrolou; se traímos, é o parceiro (a parceira) que não nos dava mais atenção...

Se para o lixo de nossas cidades, políticas comuns podem ser a solução; para o nosso “lixo”, a resposta ainda parece ser assumirmos que, como indivíduos, também fazemos nossas besteiras e é nosso dever cuidar da “sujeira” que produzimos.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

A vida por um controle remoto

Há dias precisava de um novo controle remoto pra TV. De tanto levar pancada, o antigo simplesmente parou de funcionar. De um apertar de botão para o outro, morreu. Nos deixou na mão.

Hoje, saí pra comprar um novo. Pensei até num desses que ligam mais de um modelo – inclusive outros equipamentos. A idéia de um controle “universal” me fez lembrar do filme Click. Claro, queria um “modelo” aperfeiçoado.

Ter um aparelhinho na mão que permite ligar e desligar tudo, acelerar ou até retroceder me agrada bastante. Valendo até mesmo para momentos que a gente gostaria de descartar e também para colocar em “câmera lenta” o que há de melhor na vida. Imagine poder evitar ou acelerar o fim daquela visita indesejável? Ou, por outro lado, repetir quantas vezes quiser aquele encontro dos sonhos?  

O único problema de um controle como esse é quem o opera. Saber fazer as escolhas certas – descartar o descartável e valorizar o que tem valor – parece-me o maior desafio. Afinal, nem sempre o que entendemos como prioridade é o que vai nos proporcionar felicidade e prazeres verdadeiros.

domingo, janeiro 02, 2011

Mundo virtual X Vida real

Retornei há pouco de viagem. É curioso como são alguns hábitos… Enquanto estou fora, geralmente evito a internet. Tento me desconectar. Mas quando faço isto é quase como se estivesse num mundo paralelo. Voltar pra casa implica voltar pra rede, dar uma passadinha nas caixas de emails, no twitter, facebook… e no blog. Quando estou aqui parece que definitivamente estou em casa.

É meio louco isso. Faz parte dos novos comportamentos que adotamos por conta da chamada realidade virtual. Realidade esta que não tem nada de virtual. Na verdade, é apenas uma extensão no mundo digital de nossa vida real. Afinal, o tempo que estamos aqui é o mesmo tempo que poderíamos dedicar a uma outra coisa qualquer – tomar um café ou fazer sexo. As alegrias, tristezas ou decepções que temos aqui não deixam de existir quando desligamos o computador.

Portanto, carregando ou não nossa vida pra dentro da rede, estamos dia após dia construindo uma nova existência, um novo universo. Se melhor ou pior, ainda é difícil responder. No entanto, parece-me que no virtual ou fora dele, a melhor forma de lidar com essas “novidades” é ter consciência de nossos atos e hábitos, e saber que ambas as coisas fazem parte de uma única vida, um único ser.