O Fato Pensado de hoje vai refletir sobre um assunto que você conhece bem: a reclamação. É isso mesmo. Quero aqui lançar o desafio: que tal ficar um dia inteiro sem reclamar?
Essa quase brincadeira foi lançada em março pela revista Claudia. Numa reportagem de Tatiana Bonumá, a publicação aborda esse tão conhecido assunto em nosso dia-a-dia, a reclamação.
A jornalista apresenta alguns argumentos que quero reproduzir aqui...
Primeiro, repare: tem gente que reclama de tudo... Do tempo, se calor, frio ou chuva... Do tempo de espera na fila, do motorista da circular, do professor... Enfim, são reclamações pra ninguém botar defeito.
É verdade que muitas vezes a pessoa que reclama está coberta de razão. O trânsito incomoda, os impostos, a violência urbana e, inclusive, o chefe.
Mas é preciso aprender a resistir. Isto, porque o ato de reclamar interfere negativamente no comportamento e emoção das pessoas. O ato de reclamar leva ao mau humor e interrompe a produtividade, a motivação e o bem-estar. Ou seja, é uma forma de não avançar; de parar no tempo. E o que é pior: vicia. Dia mais dia menos a pessoa está tão viciada que não sabe abrir a boca se não for para reclamar de alguma coisa.
A reportagem lembra que a reclamação é um hábito negativo que se torna crônico. O curioso é que a pessoa que reclama não consegue enxergar formas diferentes de se comportar, retorna sempre a essa postura, muitas vezes sem perceber.
A psicoterapeuta Suely Nassif diz que “reclamar é reflexo de uma realidade interna. Quando se tem uma imagem negativa de si mesmo, do outro e da vida, torna-se mais suscetível a esse tipo de comportamento”. O pior de tudo é que quem reclama sempre acaba se tornando uma pessoa frustrada e indesejada.
Mas, caro ouvinte, será que a gente não pode reclamar nunca? Bem, não é isso que estou sugerindo. Como jornalista que sou, tenho a missão de dar voz à sociedade e apresentar algumas reclamações da população. Por isso mesmo, muitas vezes apresento queixas contra o poder público pela falta de manutenção do asfalto, o atendimento à saúde nos postos de saúde, o transporte coletivo que está sempre lotado... E por aí vai.
Entretanto, uma coisa é mostrar-se indignado diante de uma situação e propor uma reflexão para que haja uma mudança na realidade. Esse tipo de reclamação é saudável, pois é pontual e indica a nossa tentativa de alterar o meio em que vivemos. Outra coisa bem diferente é reclamar de tudo e ficar por isso mesmo. Por exemplo, o que adianta você reclamar do tempo, se está chovendo, fazendo calor ou frio? Nada vai mudar. O que adianta você reclamar do seu professor se ele nem sabe de sua insatisfação e em nada você o ajuda a tornar-se um melhor educador? Percebeu? Na igreja, por exemplo, tem gente que reclama o tempo todo do sermão do pastor, mas nunca conversou com ele para provocar uma mudança... Ou seja, a pessoa reclama, reclama e por isso mesmo torna-se muita chata.
Caro amigo, pense um pouco nisso. Reflita. Será que você não tem sido uma dessas pessoas que reclamam e fizeram desse comportamento desagradável um vício? Se você anda reclamando, tente se policiar. Procure evitar as queixas comuns – aquelas que vão do trânsito até o chefe. Se você se sair vitorioso, certamente vai começar a ser mais feliz e quem estiver do seu lado vai gostar muito mais desse seu novo jeito de ver o mundo.
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