O FATO PENSADO de hoje quer falar sobre o amor entre pais e filhos. Antes de apresentar alguns argumentos a você, quero fazer apenas uma pergunta: você acha que o amor que um filho tem pelo pai e pela mãe é algo intrínseco? Ou seja, você acha que esse amor é algo natural, genético? Ou você acha que o amor do filho pelo pai e pela mãe é resultado de uma relação afetuosa, respeitosa e baseada em muito carinho?
Sabe, caro amigo, faço esse questionamento por uma razão muito simples: tenho notado que nós, pais, muitas vezes nos esquecemos de tornar prazeroso o relacionamento com nossos filhos. Somos afetuosos e carinhosos com todo mundo, mas nos esquecemos das pessoas mais importantes de nossa vida, nossos filhos. É verdade que preciso aqui abrir um pequeno parêntese: às vezes somos grosseiros e rudes não apenas com nossos filhos, mas também nossos cônjuges.
Bem, mas voltando ao tema proposto... O que mais quero chamar sua atenção nesta manhã é para a importância do respeito e do carinho no trato dos pais com seus filhos. Parece algo natural, mas observo que isso às vezes escapa de nosso controle. Acontece que o nosso filho só terá verdadeiro amor por nós se o conquistarmos. Nossos filhos não nos amam porque são nossos filhos. Eles nos amam porque se sentem amados por nós. E aqui está o segredo: eles precisam se sentir amados. Não basta sentir amor por nossos filhos. Não basta dizer que amamos nossos filhos. Eles devem perceber que nós os amamos.
Conheço filhos que respeitam seus pais, mas evitam conviver com eles. E sabe por que isso acontece? Porque quando estão próximos de seus pais, sentem-se desrespeitados.
Alguns pais na tentativa de educar bem seus filhos estabelecem um tipo de relacionamento que acaba se tornando pesado, um verdadeiro fardo para o filho. Quando o filho tem a primeira oportunidade de escapar, afasta-se e procura manter uma distância que o permita se sentir livre.
Isto acontece porque alguns pais querem corrigir seus filhos e, para mantê-los sob controle, passam o dia gritando com as crianças, respondendo de forma rude... A intenção é boa, mas o método é desastroso.
Caro amigo, sou defensor dos limites. Como pai, cometo erros freqüentemente por tentar manter meus filhos debaixo de regras muito claras. Regras estas que, no modo de entender de algumas pessoas, podem parecer até um tanto exageradas. Entretanto, estabelecer regras não significa ser ríspido ou estúpido com um filho.
Crianças precisam de limites, mas devem se sentir amadas, respeitadas... Crianças também se sentem oprimidas, quando o tratamento dedicado a elas é, digamos, pouco educado. Pense: como você se sentiria se o seu chefe passasse o dia gritando com você? Dizendo faz isso... faz aquilo?
Alguns filhos não respondem a todas as nossas orientações. Por exemplo, existem mães que são muito organizadas e querem que seus filhos tenham os mesmos hábitos. Acontece que algumas dessas crianças simplesmente não conseguem encontrar onde deixaram a toalha molhada após o banho... O problema começa quando a mãe dessa criança não consegue reprimir sua irritação e passa a brigar o tempo todo com o filho por causa da toalha deixada sobre a cama, do calçado fora do lugar, do material da escola que ficou espalhado...
Não estou sugerindo que as mães deixem de orientar seus filhos sobre a importância da organização. Mas posso assegurar que se o foco da educação for apenas esse e as orientações foram feitas mediante ordens a cada cinco minutos, gritos, atitudes ríspidas e, lamentavelmente, até palavrões, certamente essa criança não vai ter os melhores sentimentos por essa mãe.
Lembre-se, a orientação bíblica é clara: pais, não provoqueis à ira vossos filhos...
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