Blog do Ronaldo

terça-feira, junho 16, 2009

Ser bi está na moda?



A Época desta semana traz uma reportagem com o sugestivo título: “Ser bi está na moda”. Nela, a revista revela que mulheres famosas têm anunciado a bissexualidade como estratégia de marketing e promoção pessoal. A Época lista algumas das famosas que nos últimos meses se declararam bissexuais – ou seja, gostam de se relacionar com homens e mulheres.

O grande questionamento feito pela reportagem é “afinal, trata-se da liberação de um desejo feminino ou de estratégia de marketing?”. A própria revista responde: as duas coisas. Vivemos dias em que o preconceito é menor. Por isso, é mais fácil assumir-se homossexual (ou bissexual). Por outro lado, dizer que é bissexual dá mídia – principalmente para quem já tem certa fama. Esse tipo de declaração espontânea também mexe com o imaginário masculino, já que sabidamente se trata de uma das fantasias de muitos homens.

Outra pergunta que a reportagem tenta responder é: o que acontece com a cabeça das milhares de adolescentes anônimas – mulheres em formação – que assistem esse tipo de espetáculo produzido pelas famosas? Difícil responder. A própria Época não apresenta nada muito conclusivo. Apenas lembra que, nessa idade, garotos e garotas são potenciais imitadores.

Cá com meus botões, acho a questão bastante delicada. Tenho visão muito particular sobre o assunto. Entendo que a mídia tem glamourizado a homossexualidade. Não se trata de auxiliar no combate ao preconceito. Há um exagero que beira o desrespeito a heteros e homossexuais. O tratamento da mídia dado ao tema geralmente trabalha os dois extremos: ou ridiculariza a homossexualidade, principalmente através do humor, criando estereótipos; ou a torna modelo de vida.

No caso das declarações dessas celebridades, penso no poder de influência sobre os adolescentes. Os fãs geralmente formam grupo de pessoas passível de serem guiados por seus ídolos. É claro, cada um faz o que quer da vida. Mas o fascínio que exercem sobre garotos e garotas tão imaturos coloca em risco o curso natural da vida – pode estimular uma experiência que não seria vivida se não fosse pela ilusão provocada pela cega necessidade de imitar.

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