A revista Veja desta semana destaca a vida na prisão do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Eles completaram no último sábado, 22, 200 dias na prisão. Acusados de matar a pequena Isabella, jogando-a pela janela, o pai da menina e a madrasta ainda não sabem o que o futuro os reserva. Mas, pelo menos o presente, não é de todo ruim.
A reportagem sugere que o casal tem uma vida boa na prisão. Alexandre Nardoni experimentou a sensação de ser hostilizado pelos outros presos apenas na chegada. Hoje, tem uma vida relativamente tranqüila.
Nardoni divide uma cela com mais quatro presos. A cela tem televisão, rádio, três beliches duplos e chuveiro. O espaço também não é dos piores. Trata-se de uma cela de seis por quatro metros.
A penitenciária também não tem problemas de superlotação. Pelo contrário, tem espaço físico de sobra, é considerada modelo no sistema prisional brasileiro e ainda oferece oportunidade de trabalho aos presos.
Segundo a Veja, Alexandre Nardoni até hoje não quis trabalhar. Ele acorda cedo, toma café e volta pra cama. Passa boa parte do dia diante da televisão. Os pais de Alexandre levam à prisão muita comida, frutas, produtos de higiene e até repelente contra mosquitos e pernilongos.
Já Anna Carolina Jatobá tem vida um pouco mais difícil. A família dela passa por dificuldades financeiras. Então, a diversidade de alimentos é menor. Mas também não faltam. A cela de Anna Carolina tem três por quatro metros. E, para evitar ser hostilizada, já que muitas presas não toleram a madrasta de Isabella, Anna Carolina optou por ficar na chamada ala dos evangélicas. Lá, tem vida mais calma. Participa dos cultos, canta no coral e até já pediu para ser batizada.
Mas não é isto que me chamou a atenção. Outros aspectos da reportagem é que me deixaram bastante triste. Em alguns momentos, com desejo de chorar.
Penso que todo pai, toda mãe se sentiu agredido ao acompanhar no noticiário o desenrolar das investigações que apontaram o casal Nardoni como responsável pela morte da menina. Isabella, uma garotinha de seis anos, foi jogada pela janela do prédio provavelmente pelo próprio pai, após ser agredida, esganada pela madrasta.
Mas, a história não termina aqui. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá não colocaram apenas fim à vida de Isabella. Os filhos do casal, um garoto de três anos e outro de um ano, vivem sob cuidados dos avós.
As crianças, hoje, já estão confusas. Não sabem direito quem é o pai, quem é a mãe. Uma hora chamam o avô de pai; outra, chamam a tia, de mãe… E, detalhe, possuem um comportamento difícil. Amigos da família contaram à Veja que as crianças são agressivas e geralmente dão beliscões e até tapas no rosto dos avós.
Consegue imaginar as cenas, caro ouvinte?
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá não eliminaram apenas a vida da pequena Isabella. Eles também comprometeram o futuro de outras duas crianças.
Sabe, somos responsáveis por nossos atos. Mas, infelizmente, muitos de nossos atos têm conseqüências duradouras, permanentes e, em inúmeras vezes, refletem na vida de outras pessoas.
Os filhos do casal Nardoni foram condenados naquela noite juntos com a morte da irmãzinha. O futuro deles é incerto. Como é incerto o futuro de outros milhares de filhos que possuem pais e mães que são irresponsáveis, que não amam, que não educam, que não os disciplinam de forma sábia e carinhosa.
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