Um dos mais badalados psicólogos do país, Flávio Gikovate, acaba de publicar um novo livro. A obra ganhou o título de “Uma nova visão do amor”. Nela, Gikovate polemiza ao declarar que só vai ser feliz no amor quem abandonar seu ideal romântico.
Deixa eu explicar melhor a tese do psicólogo… Ele entende que a fantasia de um relacionamento cheio de romantismo, paixão é um dos principais entraves para o estabelecimento de um vínculo amoroso estável.
Na opinião de Flávio Gikovate, a idealização do parceiro e principalmente do relacionamento causa nas pessoas uma frustração imensa quando se deparam com a realidade do casamento. Por isso, ele sugere que a escolha do parceiro seja feita com uma boa dose de racionalidade.
Particularmente, embora discorde de alguns pontos defendidos pelo psicólogo, entendo que Gikovate tem certa razão. Basta observar os números de divórcios. A quantidade de separações sugere que alguma coisa está errada. E, parece-me, que o erro começa no pensamento equivocado sobre o casamento.
Notamos que a maioria dos jovens está tão empenhada em viver intensamente e loucamente sua juventude que ignoram a importância de olhar o parceiro além da aparência. Quase sempre os namorados estão ocupados em curtir o outro, estão tão entusiasmos sexualmente com o parceiro que se esquecem de observar aquilo que pode diferenciar uma pessoa na convivência por toda uma vida.
Flávio Gikovate diz uma outra verdade… A postura em relação ao sexo está superestimada. Quando a pessoa entra num casamento, a realidade a consome. A percepção de que a vida em comum vai além do sexo nem sempre é bem assimilada e muitos fazem a opção por abandonar o barco.
Caro amigo, se alguém ainda quiser salvar a instituição “casamento” e ter um relacionamento feliz, é preciso repensar certos valores. Talvez seja necessário resgatar alguns conceitos dos mais velhos. Começando, quem sabe, por um namoro onde se valorize mais a boa conversa, o diálogo, os questionamentos sobre preferências, gostos, o que cada um pensa a respeito de filhos, de educação das crianças, sobre a vida profissional…
Também há necessidade de conhecer a família. Saber como são seus hábitos, as diferenças culturais, os valores éticos e morais, o pensamento religioso.
São coisas aparentemente simples, mas que podem fazer toda a diferença na escolha da pessoa com a qual se pretende dividir toda uma vida. Afinal, o ardor da paixão se vai. Ficam a afinidade, o caráter, a cumplicidade, o companheirismo… E nisto tudo, o amor.
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