A edição desta semana da revista Veja traz um título instigante “Eles é que mandam”. A reportagem tenta apresentar “como pensam e se comportam os adolescentes de hoje”.
Os dados apresentados pela Veja são interessantes. Depois de ouvir mais de 500 adolescentes e jovens com idade entre 13 e 19 anos, a reportagem concluiu que eles vivem intensamente a revolução digital pela qual passa a sociedade. Mas também apontou que nossos adolescentes e jovens estão totalmente desorientados.
A pesquisa observou que 64% dos entrevistados têm como principal meta da vida ganhar dinheiro. Querem ficar ricos. São filhos da era digital e procuram possuir todas as novidades tecnológicas disponíveis. Mas, como o meio tecnológico permite tudo, menos uma experiência concreta de vida, os adolescentes e jovens são extremamente superficiais. E isso eles reproduzem nos relacionamentos. Trocam de opinião, amizades e namorado ou namorada com a mesma facilidade com que trocam de roupa.
Ah... e além de querer ganhar dinheiro, não sabem mais o que querem. Uma profissão, por exemplo, só interessa se garantir boa vida, alta remuneração.
Porém, outros dados chamam atenção. A primeira relação sexual tem acontecido, em média, por volta dos 14 anos. Entre 12 e 14 anos, 35% dos adolescentes já consumiram ou consomem bebidas alcoólicas. Quando pesquisados garotos e garotas de 15 e 16 anos, esse índice sobe para 56%.
Mas a reportagem da Veja não para por aí. Ela trata dos conflitos familiares. Também mostra que, em casa, os pais não sabem lidar com os filhos. Se adolescentes e jovens estão desorientados, os pais têm parcela significativa de responsabilidade. Tudo porque em algum momento eles deixaram de dizer não.
Sabe, caro amigo, os filhos de hoje mandam nos pais. Mandam, porque os pais deixam. Não saber estabelecer limites. Os pais entendem que a missão deles é dar amor, carinho, prover escola, roupas, calçados, alimentos, mas se esquecem do principal, a educação. E educação para a vida não se aprende na escola. Escola é um lugar que auxilia na formação do cidadão. Mas quem dá o norte, quem direciona a criança para a vida são os pais.
E aqui um detalhe fundamental, os pais devem dialogar com os filhos. Amar profundamente os filhos. As crianças precisam saber que são amadas. Mas pai e mãe não são amigos dos filhos. Pai e mãe são pais. Esta é a função. Tem de dar afeto, mas devem manter a autoridade sobre os filhos.
Quando essa lógica se inverte, como tem acontecido em muitos lares, os adolescentes e jovens ficam perdidos. Eles parecem ter tudo o que querem, mas ficam, como diz a reportagem da Veja, desorientados, sem rumo e sem saber o que querem da vida.
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