Dia desses falei aqui sobre “o que dizer a alguém que sofre”. Esta é uma tarefa difícil. Mas, como comentamos, algumas atitudes simples podem nos aproximar de quem sente dor.
Hoje, quero falar sobre uma situação que considero das mais difíceis a ser enfrentada por quem está enfermo. Trata-se do ambiente hospitalar.
O hospital é o local mais adequado para a recuperação de alguém que está doente. No hospital, o paciente é acompanhado e monitorado por médicos e enfermeiros. Ele também toma medicamentos, sofre cirurgia – quando necessário.
Mas esse espaço que visa ajudar na recuperação, também acentua o sofrimento. Não há carinho, afeto e, muito menos, sorrisos. Não consigo imaginar que alguém fique satisfeito em passar horas e horas, dias a fio, num quarto de hospital.
Aquelas paredes brancas, azuladas e até de tom cinza claro pouco ajudam a animar o paciente. O cheiro de remédio, a visão de outros doentes, enfermeiros que aplicam soro ou retiram sangue para exames, tudo gera angústia e ansiedade. E as visitas nem sempre são animadoras.
Para o paciente, o tempo parece não passar. Os dias são intermináveis. A impressão é que tudo conspira contra o paciente.
Não sou médico e tampouco tenho autoridade para reclamar do ambiente hospitalar. Mas os hospitais não me agradam. Se pudesse, lançaria uma cruzada para mudar radicalmente esses espaços.
Os prédios ganhariam novas cores e decoração. Enfermeiros e médicos não usariam só roupas brancas. Os quartos dos hospitais receberiam novos odores e os pacientes teriam atividades, assistiriam boas comédias, para se entreter e passar o tempo. Afinal, está provado, cientificamente, que o riso ajuda na recuperação de pessoas doentes. Alivia a dor.
Talvez eu esteja sonhando demais. Entretanto, creio que mudar a concepção de nossos hospitais e o tratamento dado aos doentes é uma forma de respeitar o ser humano. Ainda que enfermo, quem está numa cama de hospital continua a ser gente. Tem sentimentos. E esses sentimentos quando reconhecidos, respeitados e tratados podem ajudar em sua recuperação.
Um comentário:
Por quê não? Bom questionamento. Acho que ajudaria muito aos doentes que lá estão se recuperando.
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