Blog do Ronaldo

terça-feira, novembro 25, 2008

Os filhos do casal Nardoni...

A revista Veja desta semana destaca a vida na prisão do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Eles completaram no último sábado, 22, 200 dias na prisão. Acusados de matar a pequena Isabella, jogando-a pela janela, o pai da menina e a madrasta ainda não sabem o que o futuro os reserva. Mas, pelo menos o presente, não é de todo ruim.

A reportagem sugere que o casal tem uma vida boa na prisão. Alexandre Nardoni experimentou a sensação de ser hostilizado pelos outros presos apenas na chegada. Hoje, tem uma vida relativamente tranqüila.

Nardoni divide uma cela com mais quatro presos. A cela tem televisão, rádio, três beliches duplos e chuveiro. O espaço também não é dos piores. Trata-se de uma cela de seis por quatro metros.

A penitenciária também não tem problemas de superlotação. Pelo contrário, tem espaço físico de sobra, é considerada modelo no sistema prisional brasileiro e ainda oferece oportunidade de trabalho aos presos.

Segundo a Veja, Alexandre Nardoni até hoje não quis trabalhar. Ele acorda cedo, toma café e volta pra cama. Passa boa parte do dia diante da televisão. Os pais de Alexandre levam à prisão muita comida, frutas, produtos de higiene e até repelente contra mosquitos e pernilongos.

Já Anna Carolina Jatobá tem vida um pouco mais difícil. A família dela passa por dificuldades financeiras. Então, a diversidade de alimentos é menor. Mas também não faltam. A cela de Anna Carolina tem três por quatro metros. E, para evitar ser hostilizada, já que muitas presas não toleram a madrasta de Isabella, Anna Carolina optou por ficar na chamada ala dos evangélicas. Lá, tem vida mais calma. Participa dos cultos, canta no coral e até já pediu para ser batizada.

Mas não é isto que me chamou a atenção. Outros aspectos da reportagem é que me deixaram bastante triste. Em alguns momentos, com desejo de chorar.

Penso que todo pai, toda mãe se sentiu agredido ao acompanhar no noticiário o desenrolar das investigações que apontaram o casal Nardoni como responsável pela morte da menina. Isabella, uma garotinha de seis anos, foi jogada pela janela do prédio provavelmente pelo próprio pai, após ser agredida, esganada pela madrasta.

Mas, a história não termina aqui. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá não colocaram apenas fim à vida de Isabella. Os filhos do casal, um garoto de três anos e outro de um ano, vivem sob cuidados dos avós.

As crianças, hoje, já estão confusas. Não sabem direito quem é o pai, quem é a mãe. Uma hora chamam o avô de pai; outra, chamam a tia, de mãe… E, detalhe, possuem um comportamento difícil. Amigos da família contaram à Veja que as crianças são agressivas e geralmente dão beliscões e até tapas no rosto dos avós.

Consegue imaginar as cenas, caro ouvinte?

Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá não eliminaram apenas a vida da pequena Isabella. Eles também comprometeram o futuro de outras duas crianças.

Sabe, somos responsáveis por nossos atos. Mas, infelizmente, muitos de nossos atos têm conseqüências duradouras, permanentes e, em inúmeras vezes, refletem na vida de outras pessoas.

Os filhos do casal Nardoni foram condenados naquela noite juntos com a morte da irmãzinha. O futuro deles é incerto. Como é incerto o futuro de outros milhares de filhos que possuem pais e mães que são irresponsáveis, que não amam, que não educam, que não os disciplinam de forma sábia e carinhosa.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Incentivo à leitura...

Quero falar sobre leitura... E tenho aqui uma historinha que pode incentivar você a ler um pouco mais.

Uma garota de Catanduva, interior de São Paulo, já leu 230 livros este ano. Não sei se é recorde, mas o número impressiona. Afinal, ela é só uma menina de 12 anos, aluna da 6a série. Lembro que, na mesma idade, também participei de um desafio de leitura. Na época, li 72 livros num único ano. Recordo que era preciso se dedicar bastante para ler tanto… Contudo, Tainá Alves dos Santos foi muito mais longe.

A estudante participa de um programa de incentivo à leitura da escola. Todos os livros lidos são registrados. Para garantir o registro, é preciso fazer uma resenha. Ou seja, não há muita brecha para “inventar” leituras.

Fico imaginando como deve ser o papo com uma criança que já leu tanto. Terá ela o mesmo comportamento de colegas que passam horas diante da televisão, computador, internet ou de jogos eletrônicos? Creio que não.

E como devem ser as redações escritas por Tainá? Seus argumentos são diferentes, inovadores? E a qualidade do texto?

Gostaria muito de conhecer…

Sou pai. Meus filhos gostam de livros, mas estão longe de ter paixão pela leitura. A tevê, o computador e os jogos exercem maior fascínio sobre eles. Por isso, sei do quanto é difícil incentivar a leitura. Ver uma garota de 12 anos lendo tanto é o sonho de qualquer educador. Se crianças nessa idade lessem, ao menos, 20 ou 30 livros/ano, já seria uma conquista e tanto. Imagina só 230?

Felizmente, Tainá não é o único exemplo de paixão por leitura que temos. Uma outra garota, esta de apenas seis anos, moradora de Aracaju, já contabiliza 67 livros. A pequena Alice Vitória Rocha Silva é estimulada pelos pais. São eles que controlam a quantidade de obras já lidas pela filha.

Fantástico, não?

Ler é conhecer um universo diferente daquele que a gente vive. A leitura é fonte de prazer e conhecimento. Infelizmente, muita gente gasta mais tempo com banalidades que com a busca do conhecimento... Se você não tem o hábito de ler, procure começar... Sempre há tempo.

terça-feira, novembro 18, 2008

Fábio Assunção e as drogas...

Postei o texto do programete desta terça-feira, 18 de novembro, no meu blog de notícias e comentários. Fique a vontade para visitá-lo. O link direto para o texto está aqui.

quinta-feira, novembro 13, 2008

O complexo universo dos relacionamentos...

Tenho por hábito ser mais que um professor... Procuro ouvir meus alunos e auxiliá-los também em questões pessoais. Acredito que este é meu papel enquanto educador cristão.

Foi por isto que, dia desses, ouvi uma aluna falar sobre suas dúvidas. Ela estava indecisa. Embora estivesse saindo com um rapaz, ainda não sabia se deveria ou não assumir um namoro mais sério. O motivo? Ele já era pai e parecia gostaria muito do filho.

Essa minha aluna dizia não estar pronta para lidar com um namorado que tinha um filho... A preocupação dela era evidente. Ela queria ter toda atenção do rapaz, mas ele, evidentemente, tem o dever de dar atenção ao filho. Mais que isto, também a incomodava o fato de seu candidato a namorado estar sempre em contato com a mãe do menino.

Percebi que minha aluna tinha uma dúvida: será que o paquera dela ainda gostava da ex???

É difícil aconselhar alguém, principalmente quando o assunto são as coisas do coração. Quem olha a situação de fora sempre tem uma visão diferente.

Ainda que, de fora, pareça mais fácil dizer quais as chances de dar certo, só mesmo quem está dentro da história conhece qual é sua disposição para apostar no relacionamento.

E este é exatamente o segredo do relacionamento entre uma pessoa solteira com alguém que já tem um filho: disposição. Não basta amar.

Quando tenho chance de orientar alguém que pensa viver uma situação como esta, procuro dizer: é preciso ter a capacidade de ceder mais que num outro relacionamento qualquer.

Infelizmente, relacionamentos acabam. Mas filhos são para uma vida inteira. Quem quer se casar com alguém que já tem um filho deve aceitar essa terceira pessoa em sua vida. Não dá para querer o marido ou a mulher só pra si. Tem mais alguém na história. E ainda tem a mãe ou o pai da criança que poderá ser mais uma sombra em seu relacionamento.

Tem chances de dar certo? Claro que tem. Mas é um relacionamento em que dividir é um verbo que será ainda mais conjugado. E se a pessoa fingir a capacidade de aceitar essa criança, mas, depois de casados, resolver afastar o seu companheiro desse filho, certamente vai prejudicar a vida de todos os envolvidos nessa história.

Concluindo... A felicidade sempre depende nós. Relacionamentos são felizes quando estamos prontos para nos doar. Num relacionamento com alguém que já tem um passado, e neste passado há marcas importantes, como filhos por exemplo, é preciso ter mais que paixão. Deve-se ter uma boa pitada de racionalidade. Deve-se ser capaz de avaliar qual é a capacidade de aceitar a história do outro, o filho do outro, o contato freqüente com a ex e ainda ser generoso a ponto de não fazer cobranças por aquilo que hoje você tem disposição para aceitar.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Barack Obama...

Os Estados Unidos elegeram Barack Obama. O americanos comemoram. O mundo comemora. Há muitos anos, uma eleição para a presidência dos Estados Unidos não mobilizava tantas pessoas. Obama é um homem carismático. Seu discurso é envolvente. Nasceu pobre, mas acaba de se tornar o homem mais poderoso do planeta.

Em Obama estão depositados sonhos... Não apenas a esperança do povo americano. Gente de todas as tribos e línguas imaginam que o mundo pode ser melhor. E isto não apenas pela história desse líder de nome estranho... Também não se trata da cor dele. Não é só uma questão de pele – o fato de ser o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos. É mais que isto. Num mundo onde as pessoas já não sonham mais, Barack Obama parece ser alguém que veio à Terra com o objetivo de renovar nossas esperanças.

Obama será isto tudo? Não sei. Sei apenas que ele é um homem. Líder por natureza, capaz de cativar e de, em poucos meses, ter se tornado uma celebridade mundial. Mas ainda assim é um homem.

E num mundo complexo, envolto em crise, será que somente medidas governamentais resolvem?

Acredito que Barack Obama poderá ser um grande presidente. Penso até que os Estados Unidos poderão retomar o caminho do crescimento econômico e resolver parte dos seus problemas internos, trazendo ganhos para os demais países. Mas ainda assim me pergunto: por que o mundo o elegeu como um homem tão diferente dos demais? Não sei.

Sei apenas que as frustrações humanas não serão resolvidas por Barack Obama e por nenhum outro presidente. As pessoas sonham com um mundo melhor. Querem trabalho, dinheiro no bolso, mas também desejam não ver mais crianças pedindo nas esquinas, idealizam cidades onde não existam assaltos e nem casas arrombadas; querem o fim da violência. Pensam no quanto seria bom não ter de enfrentar o trânsito caótico das grandes cidades e viveriam melhor se a saúde pública fosse realmente um bem de todos, sem filas nos postinhos e nem macas nos corredores dos hospitais.

Isto Obama não vai resolver. Nenhum homem é capaz de dar conta de todas as contradições dessa nossa vida aqui. Nossos governantes até podem conseguir avanços em alguns setores da política, economia, meio ambiente... Mas a natureza do homem não permite que, sozinhos, consigamos construir um novo mundo. Para uma nova sociedade, uma nova terra, é preciso ser muito mais que Barack Obama.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Uma questão de educação...

A revista Época do dia 3 de novembro traz uma reportagem curiosa – embora polêmica. A publicação baseia a discussão num estudo australiano. A pesquisa científica sugere que a presença de possíveis genes gays em homens heterossexuais é capaz de atrair, seduzir as mulheres. Ou seja, homens portadores desses genes fariam mais sucesso com as mulheres.

Já disse aqui que respeito e defendo o conhecimento científico. Mas também declarei que a mesma ciência que ajuda o ser humano também o confunde.

No caso da pesquisa citada, os cientistas australianos tentam justificar o sucesso de alguns homens com as mulheres fazendo uso de um argumento baseado na teoria da evolução. É questionável. Mas alguns aspectos podem servir de lição, principalmente para os homens.

Longe dessa suposição científica sobre a presença de genes gays em homens heterossexuais, podemos apontar o que agrada as mulheres. Elas se sentem atraídas por homens capazes de compreendê-las. As mulheres gostam de ser ouvidas; gostam de quem sabe identificar uma crise de TPM e respeitá-la em suas crises. Mulheres apreciam parceiros que conseguem notar quando trocam a cor ou mudam o corte dos cabelos. Elas preferem homens que conseguem admirá-las mais do que seus times de futebol.

Por isso, não tenho nenhuma dúvida ao dizer que essas características não precisam genéticas; só precisam ser adquiridas. O que diferencia esses homens é a sensibilidade.

E, sabe, não estou aqui dando nenhuma receita para conquistar as mulheres. Quero apenas destacar características fundamentais em qualquer homem que deseja ser amado por sua companheira e, principalmente, fazê-la feliz.

Junto com isto, aproveito para sugerir algo que considero essencial na educação dos filhos... Eduque seus meninos para serem homens, mas não os ensine a ser machões. Muitos homens hoje não conseguem lavar uma louça para a esposa porque entendem que esse serviço é coisa de mulher. São incapazes de surpreendê-las fazendo um prato especial, porque nunca aprenderam a cozinhar. Foram educados de forma machista. Aprenderam com seus pais que cozinhar é coisa de mulher. Aprenderam com a mãe que varrer uma casa não é serviço de homem.

Permitir que um menino chore não vai transformá-lo em homossexual. Deixar um garoto brincar de boneca com a irmã não vai alterar sua masculinidade. Pelo contrário. Vai garantir que se torne um homem de verdade, com a sensibilidade necessária para ser um bom marido, um bom amante, um grande pai. E, diferente do que diz a pesquisa, isso nada tem a ver com genes gays... Tem a ver com educação.