Blog do Ronaldo

sexta-feira, outubro 30, 2009

Papa diz que só Igreja Católica pode interpretar autenticamente a Bíblia

Quem tem direito de interpretar a Bíblia? Para o Papa, apenas a Igreja Católica. De acordo com Bento XVI, sem a mediação da igreja, a Bíblia é um livro selado.

A declaração foi feita no início da semana num encontro com estudantes e professores do Pontifício Instituto Bíblico. Categoricamente, o Papa sustentou que apenas a Igreja Católica pode interpretar "autenticamente" a Bíblia.

Tenho grande respeito pelos católicos. Mas, convenhamos, a declaração é absurda. A Bíblia é um livro sagrado. Entretanto, atribuir a uma igreja apenas a capacidade de interpretá-la é, no mínimo, menosprezar a inteligência das pessoas. Também é colocar-se numa posição de autoridade que Deus não deu a nenhuma igreja. Os próprios escritos sagrados não trazem nenhuma indicação de que o livro é selado, obscuro para os pobres mortais.

A afirmação do Papa é uma agressão as demais religiões. Mais que isto. É uma atitude de desrespeito aos cristãos fiéis, dedicados ao estudo, a busca do entendimento e da santificação por meio do conhecimento e da fé.

A compreensão da Bíblia nunca se deu e nunca se dará por meio de uma igreja, de uma religião ou de um líder religioso. Não são raras as citações bíblicas que apontam a necessidade do estudo da Palavra. Estudo este individual, sem a mediação da igreja ou de um líder.

Quando aprendemos apenas por meio de outros, e não na pesquisa pessoal, podemos ser manipulados, orientados a ter uma visão distorcida do "assim diz o Senhor". Basta observar a nossa volta. Quantos vivem um cristianismo fajuta por que não conhecem a Verdade? Notem, por exemplo, as bobagens ditas por alguns líderes que se utilizam da Bíblia para alardear a Teoria da Prosperidade. Eles alimentam o imaginário dos fiéis pregando que basta ter fé e disposição para dar dinheiro para igreja e todos os problemas financeiros estarão resolvidos.

Um texto precioso da Bíblia me vem à mente. Está no primeiro capítulo do Apocalipse.

Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas (verso 3).

O texto não diz apenas "bem-aventurado aqueles que ouvem". Também não diz somente "bem-aventurado aquele que lê". O escrito profético diz bem-aventurado aquele que lê e que ouve. Ou seja, não ignora a importância do mediador. Mas sustenta a necessidade da busca individual pelo conhecimento. E se existe a busca por si só do conhecimento, é porque a interpretação autêntica não está restrita apenas a uma instituição religiosa.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Pedido de oração

Tenho recebido ligações e emails nos últimos dias. São de pessoas com problemas no casamento. Problemas graves, daqueles que a gente não se sente capaz de dar uma resposta. De fora, a gente olha o problema e até dá conselho. Mas só quem está vivendo o drama sabe dos sentimentos envolvidos, das pessoas que estão sofrendo e podem sofrer ainda mais. Por isso, faço aqui um pedido especial. Orem. Orem pelas famílias. Orem por suas famílias. E que Deus nos proteja, pois a família é o principal alvo do inimigo nos dias em que vivemos.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Nocauteados pela pornografia

Embora seja um apaixonado pela internet, tenho medo dela. Ela garante riqueza de conhecimento e possibilidades de comunicação. Mas também é capaz de destruir vidas.

Já falei aqui sobre os riscos da intimidade na rede. Também tratei da possibilidade de se tornar um viciado na web. Comentei sobre os crimes que acontecem pela internet. Noutras ocasiões, apresentei argumentos a respeito da pornografia.

Hoje quero voltar a esse assunto sob a perspectiva de como muitos homens são afetados pelo mundo das imagens e vídeos de sexo disponíveis na rede mundial de computadores.

Fico impressionado com a facilidade de acesso a esse tipo de conteúdo. Até mesmo nos principais sites de notícias encontramos propagandas e links para páginas especializadas em sexo. Tem de tudo. Fotos que exploram a sensualidade, masturbação, imagens e vídeos de casais fazendo sexo e conteúdo homossexual.

Não quero aqui detalhar o tipo de material disponível nesses sites. Gostaria apenas de refletir a respeito disso.

Como disse, fico impressionado com a facilidade de acesso a esse conteúdo. Não está escondido. Não é preciso usar nenhum sistema de buscas. Não há necessidade de ser um especialista para encontrar fotos e vídeos. Basta estar diante da tela de um computador. Qualquer site informativo reserva espaço para esse tipo de "entretenimento".

Sabe amigos, ninguém está isento de sentir tentado a navegar por essas páginas. Na verdade, vou mais longe. Diria que poucos são aqueles que não se sentem seduzidos a dar uma espiadinha. Está tudo ali - a um clique. Um único movimento no mouse coloca você diante de um shopping de pornografia.

Resistir é uma tarefa difícil. É preciso estar revestido do Espírito Santo. E se você deu uma "folguinha" para Ele, a carne é fraca. Vai vacilar. Quando se der conta, já estará há alguns minutos - ou até horas - vendo um desfile de imagens e vídeos pornográficos. Estará nocauteado pelo diante da tela do computador.

Homens cristãos são homens. Dotados de uma natureza pecadora. Estão sujeitos à sedução. Os escritos sagrados mostram que não é apenas o conhecimento do que é santo, puro e bom que nos afasta do pecado. O apóstolo Paulo chegou a dizer que aquilo que ele quer, não é capaz de fazer; mas o que não quer, isto ele faz. O texto é claro ao mostrar que nossa natureza é voltada para o pecado.

Por isso, volto a dizer, só a busca constante do revestimento do Espírito pode nos dar força para vencer esse tipo de tentação. Não adianta dizer: livre-se do computador, da internet. Isto é retroceder. Mas é preciso ter coragem e fé para resistir.

Por fim, um recado às mulheres. Mulheres, cuidem de seus maridos. Não ignorem suas carências afetivas. Sejam sábias. Não quero aqui responsabilizá-las pelo pecado deles. Mas auxiliem seus esposos na busca da santidade. E, no que diz respeito ao sexo do casal, lembrem-se da recomendação do apóstolo Paulo: "Não vos priveis um ao outro" (1 Coríntios 7:5).

quinta-feira, outubro 22, 2009

As mulheres estão infelizes

Homens e mulheres se orgulham do mundo que construíram após a década de 1960. Esse foi um período de grandes transformações. Sob vários aspectos. Desde a produção cultural, passando pela economia, até as mudanças de hábitos e costumes.

Foi na década de 1960 que as mulheres declararam sua independência. Buscaram oportunidades no mercado de trabalho, lutaram pela igualdade de seus direitos e assumiram seus desejos sexuais.

Mas o que parecia a realização de um sonho se transformou em frustração. Uma reportagem publicada pela revista Época desta semana revela que as mulheres estão infelizes. Elas nunca tiveram uma vida boa. Entretanto, hoje estão muito mais tristes.

Um estudo realizado por dois pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, mostra que houve um declínio da satisfação feminina nas últimas três décadas. Parece contraditório. Afinal, parte dessa insatisfação tem relação direta com as supostas conquistas da luta feminista iniciada na década de 1960.

Elas ampliaram seus horizontes. Mas o fato de terem espaço semelhante ao dos homens – no trabalho, na vida, no sexo – trouxe conflitos subjetivos. Os pesquisadores Betsey Stevenson e Justin Wolfers afirmam que “a vida das mulheres ficou mais complexa e sua infelicidade atual reflete a necessidade de realização em mais aspectos da vida, se comparados aos das gerações anteriores”.

Na prática, “as mulheres foram para a rua, mas mantiveram a responsabilidade emocional pela casa e pela família.” Como diz a jornalista Martha Mendonça, da Época, é o pesadelo da dupla jornada, física e emocional, que exaure as mulheres e destrói casamentos.

Exige-se demais das mulheres. Exigência esta, é preciso dizer, que nasce quase sempre na própria mulher. Elas sonham alcançar as mesmas posições e salários que os homens, buscam ter vida social e sexual ativa, querem ser mães e donas de casa eficientes, e ainda se sentem obrigadas a estar sempre jovens e bonitas.

É impossível dar conta de tudo. Quando se tem sucesso profissional, a vida pessoal – casamento e filhos – geralmente fracassa. Se a prioridade for o lar – cuidar do marido, dos filhos, do lar -, dificilmente haverá realização no mercado de trabalho.

A decisão é dela. Esta liberdade de escolher causa ansiedade, medo. Elas se pegam a questionar: o que é melhor? Carreira ou família? Não são raros os casos de mulheres que abriram mão do casamento para ter sucesso profissional e hoje relatam estar infelizes. Elas querem construir um novo relacionamento. Mas também não estão dispostas a abrir mão da carreira. Então, o que fazer?

Soma-se a essas incertezas a maior pressão de todas: a busca da beleza e da eterna juventude. Nunca se valorizou tanto o corpo belo e jovem. O apelo estético beira a irracionalidade. Por isso, quanto mais os anos passam mais frustradas ficam.

O estudo desses pesquisadores americanos sustenta essa tese: após os 40 anos, as mulheres estão mais infelizes. E não se trata de algo objetivo, que medidas práticas possam resolver. O conflito é interior, subjetivo, tem a ver com os desejos de realização, as projeções que se tem para a vida.

Por isso, estar de bem a vida é também uma escolha. Uma escolha de aceitação. De compreensão que na vida não se tem tudo que se quer. Como dizem por aí: ninguém pode abraçar o mundo. Ser bem-sucedido em tudo é impossível. É preciso priorizar e se satisfazer com as conquistas, sem lamentar as perdas que certamente existirão.

segunda-feira, outubro 19, 2009

A busca por santidade

Estive nesse fim de semana em Umuarama. Participei do 28o Femusa. Um tradicional evento de música sacra promovido pela Igreja Adventista Central daquela cidade. Vivemos momentos especiais. O pastor Areli Barbosa, diretor de jovens da União Sul Brasileira, foi o pregador. A música ficou por conta do Grupo Interface, do Rio de Janeiro.

Durante a tarde, outros grupos participaram. O Coral Canto Jovem do IAP também esteve por lá.

Para mim, o programa foi significativo. Fui profundamente tocado. O encerramento trouxe uma mensagem poderosa. Como há muito tempo, experimentei a sensação de que o Senhor Jesus falava comigo. Foi sublime. Ainda sinto a mesma emoção. E o profundo desejo de viver algo novo na minha relação com Deus. É difícil explicar, mas gostaria que outras pessoas tivessem recebido a mesma bênção.

Em meu coração ficou o desejo de buscar a santidade. Hoje, enquanto pensava nisto, lembrei de uma música do Ministério Trazendo a Arca. Embora incomode os mais conservadores, a canção talvez ela represente um pouco aquilo que mais quero neste momento.

sexta-feira, outubro 16, 2009

A ignorância de alguns de nossos líderes

O ótimo jornalista cristão Michelson Borges trouxe hoje em seu blog um breve comentário sobre o ceticismo do badalado escritor Dan Brown. Também apontou algumas lições que deveríamos aprender. Entre elas:

...erramos quando dizemos apenas que a ciência está equivocada (o que pode ser verdade) e a religião, certa; devemos analisar ambas à luz dos fatos e procurar, quando possível, harmonizá-las, mostrando que ciência experimental é uma coisa e hipóteses e modelos científicos são outra; é necessário que os líderes religiosos tenham certo aprofundamento em cultura geral e que admitam desconhecer algum assunto quando confrontados por perguntas específicas (isso é humildade); depois devem pesquisar a fim de dar respostas coerentes e satisfatórias...

Borges está correto. Sinto-me incomodado por notar que, muitas vezes, nossos líderes religiosos ignoram a ciência. Levam para o púlpito apenas as mesmas histórias, os argumentos de sempre. Muita teologia, mas quase nunca aplicada aos problemas cotidianos. Relacionar a Bíblia com a ciência - ou com a mídia, outra deficiência crônica das igrejas - é algo que raramente acontece.

Não podemos cobrar que nossos líderes sejam "experts" nesses temas. Mas precisam se atualizar. Defendo que nossos pastores, anciãos, presbíteros etc leiam o que sai na mídia. Deveriam ter acesso a revistas como Super Interessante, Galileu, Veja, Época entre outras para levar ao púlpito argumentos que serviriam de base aos fiéis, quando confrontados por tais conhecimentos. Também entendo que precisam ler Capricho, Toda Teen, Nova, Claudia, Vip etc a fim de terem domínio daquilo que está na boca de adolescentes, jovens, homens e mulheres.

Quando ignoram o conhecimento ofertado meios meios seculares, nossos líderes deixam brechas para os membros sejam presas fáceis de argumentos científicos e outros nem tanto, mas que afetam a vida e formam a crença da sociedade atual.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Nossa homenagem aos professores

O texto abaixo será gravado para a Novo Tempo nesta quinta-feira. É minha forma de homenagear os professores.

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Nessa quinta-feira comemoramos o Dia do Professor. Não é feriado. Mas algumas escolas estarão fechadas. Outras, aproveitaram o feriado de segunda-feira e só voltaram às aulas nessa quarta-feira.

Lembro que, quando eu era criança, as turmas promoviam festinhas para os professores. Estudava em escola pública. Então, junto com os coleguinhas, comprávamos alguns refrigerantes, salgadinhos e cantávamos parabéns. Era nossa forma de homenagear o educador.

Recordo que tínhamos muito respeito pelos professores. Podíamos até não gostar de alguns deles, mas os víamos como autoridades. Cheguei a experimentar a necessidade de me colocar de pé todas as vezes que certos professores, coordenadores ou o diretor entravam na sala. Já era uma época em que nem todos cobravam tal atitude. Mas havia aqueles mais conservadores.

Confesso que sinto saudade daqueles anos. As lembranças me fazem sentir o gosto da infância. Ela parece voltar, ainda que apenas em imagens, guardadas na memória.

Mesmo sem saber muito bem o que representava ser um professor, já desejava me tornar um educador. Sempre tive prazer em estudar. Ter um bom desempenho era minha meta. Por isso, ainda que a vida tenha me levado por outros caminhos, nunca deixei de sonhar com a sala de aula.

Quando fui fazer jornalismo, já casado, com filhos, vislumbrei a chance de me manter na comunicação, mas aliar o prazer de dar aulas.

Hoje, me sinto um privilegiado. Mas o que vivo em sala de aula não é o mesmo experimentado por vários colegas, principalmente para aqueles que estão nas séries iniciais ou lidam com adolescentes em escolas da periferia.

O desrespeito ao professor se tornou uma rotina. A violência contra o educador deixou de ser apenas verbal. Não são raros os casos de agressão física. Muitos professores perderam a satisfação de dar aulas. É fácil ouvi-los reclamar. E hoje, não apenas dos salários defasados, insuficientes e pouco compensadores diante de tamanha responsabilidade.

Talvez por consequência de uma sociedade superficial, movida pelo espetáculo e em que o conhecimento é uma ausência, encontramos em sala vários alunos descompromissados, descomprometidos e desinteressados.

Diante de um quadro tão pouco motivador, o que dizer aos professores neste 15 de outubro? Não sei. Sei que muitos alimentam a crença de que a educação ainda é o único caminho para o desenvolvimento deste país. Eu diria mais. A educação é a chave que abre a porta da formação humana capaz de superar o individualismo e construir sujeitos preocupados com o bem-estar coletivo, empenhados em preservar a vida, o meio ambiente.

Entretanto, tem sobrado motivos para que professores percam a fé na educação. Por isso, quem sabe este dia seja uma oportunidade não para dizer: “parabéns professor”... Quem sabe seja uma nova chance de tirarmos a educação do discurso e a colocarmos como prioridade. Reconhecendo os problemas existentes, enfrentando-os e promovendo a transformação que tanto almejamos.

terça-feira, outubro 13, 2009

Programa sobre a gentileza que nos falta

Gravei hoje para a Novo Tempo o programa que trata sobre a gentileza. O texto está num dos posts abaixo. Aqui disponibilizo o áudio para você ouvir ou fazer download.

segunda-feira, outubro 12, 2009

Treze anos de Novo Tempo em Maringá

Trezes anos atrás entrava no ar a primeira rádio cristã de Maringá. Estou falando da Novo Tempo. Lá estava eu naquele dia. Recordo que toda a semana anterior ao lançamento foi de muita agitação. Trabalhamos demais. Havia muita expectativa. Eu e outros companheiros tínhamos vindo para Maringá com objetivo de realizar um sonho... Mas sequer sabíamos como seria.

Eu era bastante jovem. Mal tinha chegado na casa dos vinte anos. Conhecia de rádio. Trabalhava numa emissora na cidade de Umuarama. Foi lá que comecei meio por acaso aos 14 anos. Entretanto, tanto meu conhecimento quanto dos colegas era restrito. Falar a uma multidão de pessoas evangélicas, de igrejas diferentes, idades diversas, numa cidade que desconhecia a comunicação cristã era uma novidade. Novidade assustadora, confesso.

Afinal, qual a fórmula de sucesso? Como garantir que uma emissora exclusivamente cristã pudesse ter audiência? E mais que isto: patrocinadores? Gente disposta a apoiar financeiramente este projeto? Qual seria o retorno? Havia muitas perguntas sem resposta. Mas estávamos empolgados. Sem a presença da minha família, lembro que não tinha hora para entrar e nem para sair. Não foram raras as vezes que trabalhei até depois da meia-noite – mesmo depois de a Novo Tempo entrar no ar.

Hoje, treze anos depois, podemos dizer que acertamos. A emissora faz parte da vida de milhares de pessoas. E não apenas em Maringá. Mas tamanho sucesso não foi por nossa causa. Trabalhamos muito, nos doamos... No entanto, quem fez a diferença foi Deus. Só por Ele podemos dizer que a rádio conquistou tanta gente.

Ainda recordo que naquele dia 12 de outubro de 1996, quando a programação foi lançada oficialmente, o telefone disparou. Eram tantas ligações que não dávamos conta de atender. Em poucos dias o pessoal da antiga Telepar, empresa de telefonia, apareceu para conversar com a direção. Fomos informados que, apesar das cinco ou seis linhas disponíveis, perdíamos mais de 60% das ligações. Eram ouvintes que tentavam pedir música, fazer oferecimentos, elogiar a programação – e até reclamar. Afinal, nem tudo estava perfeito.

Menos de um ano depois, uma pesquisa sobre a audiência das rádios FM’s trazia a Novo Tempo em terceiro lugar. Uma vitória e tanto. Uma vitória que guardo com carinho entre as boas lembranças que tenho dos anos que ano passei vivendo o dia-a-dia desta abençoada emissora.

sexta-feira, outubro 09, 2009

A gentileza que nos falta

Gosto demais dos textos da jornalista Eliane Brum. Embora seja necessário gastar tempo para ler o que ela escreve, vale a pena cada palavra. Nesta semana, a coluna dela na Época trata de algo que anda em falta, a gentileza. Falta-nos disposição para sermos gentis. Ocupados demais, estamos sempre mau humorados. Entretanto, a gentileza que nos falta sentimos sua ausência nos outros. Às vezes, em pequenas coisas. Mas, como diz Brum:

- Até é possível reivindicar boa educação – embora seja cada vez mais difícil. Mas é impossível exigir gentileza.

A falta de gentileza parece ter relação com algo que já discuti aqui, nossa disposição à intolerância. Não é difícil notar que as pessoas pouco praticam a tolerância. Sintoma do individualismo, que também rouba do homem sua capacidade de ser gentil.

E, por incrível que pareça, ainda que possamos racionalizar e considerar naturais tais sintomas da sociedade pós-moderna, a ausência de determinados comportamentos pode ser sentida, pois nossa humanidade reclama por bondade.

- Se cada um de nós fizer uma reconstituição mental do nosso dia, hoje mesmo, vai perceber que o pior dele foi causado porque não foram gentis conosco nem fomos gentis com os outros. Desde o bom dia que faltou, o por favor que não foi dito, a buzina desnecessária no trânsito, a cara fechada, o sorriso que economizamos, a ajuda que poderíamos ter dado e não demos, ou ainda a que não recebemos, o elogio que não veio, a crítica que deveria ter sido feita para somar, mas foi programada para massacrar, o veneno que escorreu da nossa boca e da dos outros. Uma soma de pequenos e desnecessários gastos de energia que só serviram para nos intoxicar.

Eliane Brum continua:

- Hoje, tratar mal as pessoas, marchar pelos corredores, fechar a cara, não dar bom dia e dizer coisas duras sem nenhum cuidado parece ser um atributo dos poderosos. Quase uma virtude.
Lamentável, não?

Talvez, para concluir, seja necessário lembrar o que é ser gentil. Afinal, se já não mais encontramos gentileza, é importante recordar.

Gentileza é o exercício cotidiano de vestir a pele do outro. É cuidar não de alguém, mas de qualquer um. Mesmo que ele não seja nosso parente, mesmo que seja um estranho. Cuidar por nada. Sem precisar de motivo. Cuidar por cuidar. [...] O resgate desta gratuidade, de algo que é dado sem esperar nada em troca, é o que faz nosso mundo estremecer.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Já passamos das 200 postagens

Não tinha notado...
A mensagem anterior foi a de número 200 neste blog.
Não é muita coisa perto do Blog do Ronaldo.
Por lá, completo 4 mil postagens ainda esta semana.
Mas considero uma vitória.

Por vários motivos.
Entre eles, porque manter um blog já é tarefa difícil.
Dois, quase impossível.

Mas vamos em frente.
E obrigado aos leitores.

segunda-feira, outubro 05, 2009

Emoção ou razão? Eis a questão

Produzi um texto que deve ser gravado para o Fato Pensado desta semana. Faz parte de um "grupo de textos" que identifico como sendo filosóficos. Não esta filosofia estudada na academia. Mas da filosofia cotidiana, que busca respostas para as grandes questões da vida humana.

Espero que tenha uma boa leitura.

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O que é melhor? Deixar-se guiar pelas emoções ou se dirigir pela razão? A primeira vista, parece difícil responder. Quem se deixa guiar pelas emoções, experimenta momentos de puro prazer. Por outro lado, aceita os riscos de suas escolhas, quase sempre precipitadas.

Mas a vida de quem prefere conter as emoções e fazer escolhas racionais pode parecer bastante sem graça. Poupa-se da dor, mas sempre sobra espaço para aquela pergunta inconveniente: e se tivesse feito o que dizia meu coração?

Sabe, tenho prazer em filosofar a respeito da vida. Entendo que pensar alto a respeito de temas como este é uma forma de filosofia. Filosofia cotidiana, aplicada às questões humanas. Assuntos que nem sempre paramos para refletir. Entretanto, como fugir de temas tão importantes? Este, por exemplo: afinal, o que é melhor? Deixar-se guiar pelas emoções ou se dirigir pela razão?

Todos nós experimentamos ambas respostas. Há momentos em que optamos por fazer tudo aquilo que desejamos; noutras ocasiões, estamos mais racionais. Somos capazes de avaliar as consequências e optar pelo caminho mais seguro.

Porém, tenho a impressão que em momentos decisivos da vida a razão nos escapa. Somos traídos por nossas emoções. A paixão é um desses sentimentos capazes de nos cegar. E ela nasce no peito de qualquer pessoa. A paixão não escolhe suas vítimas. Há ocasiões em que é maravilhoso apaixonar-se. Noutras, pode se colocar uma ou mais vidas a perder.

Deixa eu explicar melhor… Tem gente incapaz de acreditar que alguém que possui uma família, um bom casamento, vive feliz na relação, seja capaz de apaixonar-se por outra pessoa. Mas esta é uma verdade para muitos maridos e mulheres. Às vezes, tudo parece perfeito. O coração está repleto… De repente, um novo alguém surge e arrebata seus pensamentos. Esse alguém parece tirar seus pés do chão.

Loucura, não? No entanto, há milhares de histórias de pessoas que já viveram tais sentimentos. É pecado? Creio que depende da maneira como se vive este momento. Vai se deixar levar pelos sentimentos? Ou optar por negar o coração? A resposta é decisiva. Em situações como esta se tem muita coisa em jogo. De um lado, a promessa de uma nova emoção, de puro prazer. E do outro? Manter tudo como está.

Nas ilusões do coração se tem a impressão que há mais ganhos quando se escolhe a primeira opção. Entretanto, nem sempre o coração tem razão. A alegria da novidade se transforma em dor assim que a lente de aumento da paixão se quebra e a realidade cotidiana revela toda sua face.

A novidade perde o encanto, e as perdas – da família, dos filhos, de amigos, da comunidade – se mostram mais dolorosas do que se podia imaginar. Nada se resolve da maneira desejada e o sofrimento impede que se viva o sonho idealizado quando houve o encantamento por aquele novo alguém.

Talvez você diga: mas é sempre assim? Reconheço, há exceções. Mas em especial no exemplo citado, deixar-se guiar pelas emoções é optar por provocar mágoas, dores, sofrimento, desejo de vingança. É ainda aceitar o risco de ter o remorso como companheiro.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Saciando a sede de eternidade

Kleber Lucas é um dos meus cantores favoritos. Do seu último DVD, tem várias músicas que curto bastante. Uma delas, com uma mensagem bastante significativa, disponibilizo neste post. "Mulher de Ló" lembra uma passagem bíblica importante. Entretanto, a letra da canção provoca uma reflexão mais ampla. Kleber diz algo significativo. Veja:

Quem provou do amor de Deus e da unção do seu espírito
E bebeu água da vida e saciou a sua sede de eternidade
não poderá olhar pra trás jamais

Isto é significativo demais para mim. Faz-me pensar na experiência da eternidade. Salomão diz que Deus colocou no coração do homem o desejo de eternidade. Portanto, quem não provar do amor dEle, não tiver o coração cheio de Cristo, nunca se sente satisfeito. Fraquejamos sempre que tiramos o olhar do Salvador. Ou quando ainda não experimentamos de forma ampla e completa a salvação ofertada pelo Pai em Cristo Jesus.

Ouça, alegre-se e reflita.