Não sou crítico de música. Mas tenho algumas exigências estéticas. Por isso, não é tudo que tolero. É verdade que, às vezes, abro exceções para algumas canções vazias, mas que têm um certo encanto - pelo ritmo, melodia ou até por causa da interpretação do artista (é o caso da dupla Rayssa e Ravel).
O CD que está rodando no carro esta semana é o novo do Kleber Lucas, Meu Alvo. Já disse aqui que gosto de ouvi-lo. O Kleber é um dos poucos artistas contemporâneos que conseguem surpreender o público. O álbum anterior, Comunhão, é um exemplo. Esperava um novo disco ao vivo, "barulhento", e ele apareceu com músicas mais tranquilas, tudo feito em estúdio, sem ruídos e "glórias e aleluias".
Meu Alvo já é mais barulhento. Tem a cara do Kleber. Canções ritmadas, um som mais agressivo. Entretanto, ele conseguiu mais uma vez fazer de cada música uma música. Letras autênticas, originais, reflexivas - um chamado à santidade e à adoração. Numa delas, Graça, tem espaço até para uma espécie de coral. Fantástico.
Por que estou falando do Kleber? Porque ultimamente está difícil ouvir a maioria dos lançamentos de música cristã contemporânea. Exemplo. Anos atrás, quando o André Valadão surgiu com Milagres, fiquei encantado. Como não sou muito fã de vozes masculinas, rapidamente selecionei-o como uma das minhas exceções. Até hoje é impossível não cantar a música título. Linda. Inspiradora. Entretanto, ao ouvir o álbum "Sobrenatural", fiquei com a impressão de ter escutado uma única música. Cansativo.
Por essas e outras, a gente vai ficando restrito a alguns poucos artistas que ainda conseguem nos surpreender.
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