O capitalismo é o lugar do fantástico, do surpreendente. O espaço que garante oportunidade de se fazer dinheiro, de se tornar o melhor e, ao mesmo tempo que se faz dinheiro, pode se perder tudo. Também é o cenário da desigualdade, onde muitos ganham pouco e poucos, ganham muito.
Vejo, por exemplo, a notícia de que Gugu Liberato foi contratado pela Record. Ele já fechou com a emissora. Estará nas telas da Record a partir de abril de 2010. Lá, vai receber cerca de R$ 300 milhões em salários. Mas o valor pode crescer ainda mais - dependendo dos resultados que apresentar, da publicidade que atrair e dos produtos que licenciar.
Ele merece? Não sei. Ele tem história na tevê (pra todos os gostos - até de supostamente faltar com a ética), dá audiência, é criativo e certamente poucas pessoas poderiam ocupar seu lugar. Entretanto, a questão é mais ampla. É justo alguém ganhar tanto? Veja o caso do Faustão... Dia desses, o apresentador renovou com a Globo. O novo contrato dele vai até 2017. O salário é de aproximadamente R$ 5 milhões/mês.
Eu posso estar errado, mas creio que há um descompasso com a realidade. O capitalismo permite isso. Contudo, entendo que por mais que haja competência, não se pode premiá-la de maneira tão desigual.
Esse universo das celebridades é um mundo fora da realidade. Mas não é único. No meio corporativo também há diferenças intoleráveis. E no Brasil elas são ainda mais visíveis. Penso ser inadmissível um gari ganhar menos de R$ 600/mês enquanto um cara que não sai do escritório recebe R$ 100 mil.
Não é só uma questão de competência e qualificação... Sempre concordarei que a eficiência, o preparo merece remuneração diferenciada. Mas não pode haver tanta diferença. O dinheiro que sobra para um acaba faltando para o outro.
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