Blog do Ronaldo

segunda-feira, outubro 05, 2009

Emoção ou razão? Eis a questão

Produzi um texto que deve ser gravado para o Fato Pensado desta semana. Faz parte de um "grupo de textos" que identifico como sendo filosóficos. Não esta filosofia estudada na academia. Mas da filosofia cotidiana, que busca respostas para as grandes questões da vida humana.

Espero que tenha uma boa leitura.

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O que é melhor? Deixar-se guiar pelas emoções ou se dirigir pela razão? A primeira vista, parece difícil responder. Quem se deixa guiar pelas emoções, experimenta momentos de puro prazer. Por outro lado, aceita os riscos de suas escolhas, quase sempre precipitadas.

Mas a vida de quem prefere conter as emoções e fazer escolhas racionais pode parecer bastante sem graça. Poupa-se da dor, mas sempre sobra espaço para aquela pergunta inconveniente: e se tivesse feito o que dizia meu coração?

Sabe, tenho prazer em filosofar a respeito da vida. Entendo que pensar alto a respeito de temas como este é uma forma de filosofia. Filosofia cotidiana, aplicada às questões humanas. Assuntos que nem sempre paramos para refletir. Entretanto, como fugir de temas tão importantes? Este, por exemplo: afinal, o que é melhor? Deixar-se guiar pelas emoções ou se dirigir pela razão?

Todos nós experimentamos ambas respostas. Há momentos em que optamos por fazer tudo aquilo que desejamos; noutras ocasiões, estamos mais racionais. Somos capazes de avaliar as consequências e optar pelo caminho mais seguro.

Porém, tenho a impressão que em momentos decisivos da vida a razão nos escapa. Somos traídos por nossas emoções. A paixão é um desses sentimentos capazes de nos cegar. E ela nasce no peito de qualquer pessoa. A paixão não escolhe suas vítimas. Há ocasiões em que é maravilhoso apaixonar-se. Noutras, pode se colocar uma ou mais vidas a perder.

Deixa eu explicar melhor… Tem gente incapaz de acreditar que alguém que possui uma família, um bom casamento, vive feliz na relação, seja capaz de apaixonar-se por outra pessoa. Mas esta é uma verdade para muitos maridos e mulheres. Às vezes, tudo parece perfeito. O coração está repleto… De repente, um novo alguém surge e arrebata seus pensamentos. Esse alguém parece tirar seus pés do chão.

Loucura, não? No entanto, há milhares de histórias de pessoas que já viveram tais sentimentos. É pecado? Creio que depende da maneira como se vive este momento. Vai se deixar levar pelos sentimentos? Ou optar por negar o coração? A resposta é decisiva. Em situações como esta se tem muita coisa em jogo. De um lado, a promessa de uma nova emoção, de puro prazer. E do outro? Manter tudo como está.

Nas ilusões do coração se tem a impressão que há mais ganhos quando se escolhe a primeira opção. Entretanto, nem sempre o coração tem razão. A alegria da novidade se transforma em dor assim que a lente de aumento da paixão se quebra e a realidade cotidiana revela toda sua face.

A novidade perde o encanto, e as perdas – da família, dos filhos, de amigos, da comunidade – se mostram mais dolorosas do que se podia imaginar. Nada se resolve da maneira desejada e o sofrimento impede que se viva o sonho idealizado quando houve o encantamento por aquele novo alguém.

Talvez você diga: mas é sempre assim? Reconheço, há exceções. Mas em especial no exemplo citado, deixar-se guiar pelas emoções é optar por provocar mágoas, dores, sofrimento, desejo de vingança. É ainda aceitar o risco de ter o remorso como companheiro.

Um comentário:

Olivandro Maia disse...

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" Jeremias 17:09

Todas as novas vontades são enganadoras, por isso temos que buscar ajuda de Deus para fazer nossas escolhas.